Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Crise Acelera Mudanças

3 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , , , ,

Muitas são as notícias que nos informam sobre as transformações que estão ocorrendo no mundo para superar as dificuldades criadas pela profunda crise econômica que afetou a todos. Além de centenas de medidas para se ajustar aos novos tipos de demandas internas e externas, que passaram por significativas alterações, todas as economias do mundo estão sendo obrigadas a promover mudanças estruturais mais importantes. Isto ocorre na América do Sul como na Ásia.

Certamente haverá aperfeiçoamentos de envergadura não só nas atividades financeiras, principalmente internacionais, para que os problemas que ocorreram não se repitam. Como ao nível das produções de bens, porque esta crise está coincidindo também com uma maior consciência dos altos e iminentes riscos provocados pelo intenso uso dos combustíveis poluentes, que estão elevando o nível do aquecimento global, trazendo sérias consequências como as que já estão afetando o clima nas mais diferentes regiões do planeta.

Os Estados Unidos já estão desenvolvendo uma nova rodada de pesquisas para tornar mais competitivas, em termos de custos, as energias eólicas, hidroelétricas e solares, pois tecnologicamente já podem substituir uma parte significativa das energias poluentes. Estão intensificando os trabalhos em seus centros universitários de pesquisas, coisa que no resto do mundo, ainda acontece em escalas mais baixas. Os japoneses vêm se dedicando na redução do consumo da energia, que é custosa na Ásia.

Todos estão depositando grandes esperanças nos países emergentes como o Brasil, a China e a Índia, que contam com grandes massas populacionais em rápida ascensão econômica. Produtos a custos acessíveis a estes novos segmentos de consumidores estão atraindo a atenção dos empresários, pois notam que o consumo de luxo está em declínio.

Tudo isto vai exigir uma qualificação diferenciada dos jovens para conseguirem empregos, cuja oferta não deverá crescer muito. Já não se concebe, no novo mundo que deverá emergir neste século, mão de obra sem a adequada qualificação. Mesmo nas atividades mais simples.

A nova onda de globalização que se acentuou a partir do final do século passado deve continuar no atual ritmo. Isto significa que aqueles que querem trabalhar devem dominar, no mínimo, três idiomas, quando não mais. Hoje, na comunidade européia hoje, os estudantes universitários completam os seus cursos em mais um país, para se prepararem para ser cidadãos do mundo. Isto vai se tornar corriqueiro.

Muitos descendentes de asiáticos têm o privilégio de terem sido educados em mais de um idioma, mas é preciso que o domínio desse idioma seja completo, como condição mínima. Muitos experimentam ainda vivências de mais de uma cultura fora de seus países, e hoje muitos cursos de aperfeiçoamento estão treinando profissionais para cenários multiculturais.

Ainda que problemas étnicos e religiosos continuem a criar obstáculos, certamente haverá uma aceleração da miscigenação racial e uma maior aceitação do ecumenismo. Novamente, muitos asiáticos e descendentes estarão em situação confortável, pois já estão integrados neste contexto e algumas de suas religiões adotam posições mais tolerantes. Porém, não basta ainda, é preciso aprofundar estas experiências para que suas habilidades sejam aproveitáveis.

Na história da humanidade, os grandes desafios sempre foram geradores de ciclos de desenvolvimento. Tudo indica que somos privilegiados, pois estamos no meio dos tumultos indicativos de grandes mudanças.



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