Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Consumo de Atum no Mundo

8 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , , ,

A pesca do atum vem aumentando velozmente, com a disseminação do consumo de sushis e sashimis cada vez mais apreciados em todo mundo, inclusive na China (mais de um bilhão e trezentos mil habitantes) onde não havia o hábito de se consumir peixes crus. Esta demanda está colocando em risco a sobrevivência de alguns tipos de atum, cogitando-se colocá-los entre as espécies em extinção. Entre eles está o atum azul, cuja carne gordurosa da parte da barriga, chamada de toro, é muito apreciada pelo seu sabor raro. Chega a pesar cerca de meia tonelada, e é um dos peixes mais caçados pelos mares. Estuda-se a sua criação em cativeiro, ainda inviável, pois é bem mais complexa que a criação do salmão, por exemplo.

Recentemente noticiou-se que no mercado de Tokyo um atum da variedade “rabilho”, a mais apreciada pelos japoneses, pesando 232 quilos, foi leiloado por US$ 175 mil, arrematado por um consórcio de restaurantes, um deles de Hong Kong. Isto resulta em cerca de US$ 750 o quilo. Limpo e transformado em sashimi vai ficar em cerca de US$ 1.500 o quilo, só de matéria prima. Uma pequena fatia de 10 gramas vai ficar em torno de R$ 80 para o consumidor final, incluindo a margem do restaurante. Cogita-se colocar também esta variedade de atum, pescado no norte do Japão, entre as espécies em extinção.

A grande dificuldade de se criar atuns em cativeiro, e existem cerca de 15 espécies deles, é que eles se deslocam o tempo todo por diversos oceanos, consumindo uma grande quantidade de outros peixes. Portanto, sua criação em cativeiro, que já é realidade em alguns países como a Austrália e a Turquia, requer uma oferta muito grande de peixes para alimentá-los. Além disso, é preciso que eles sejam mantidos em movimento quase contínuo, através de mecanismos artificiais, pois algumas variedades se movimentam mesmo quando dormindo.

Portanto, mesmo que o atum seja um alimento saudável, o seu intenso consumo vem provocando um desequilíbrio bastante preocupante, ainda mais quando se constata que a generalização desse consumo ocorreu em alguns poucos e recentes anos.



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