Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Empresas Estrangeiras na China

15 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , , , , | 2 Comentários »

Um analista experimentado dizia que a China é um “negócio da China” para os chineses, e comentava que a maioria das empresas estrangeiras não obtinha lucros naquele país.  Agora, a Google ameaça deixar aquele país, o que está sendo interpretado pelas autoridades locais como uma reação devida a criação de uma entidade nacional para operar a comunicação utilizando os e-mails.

Meus amigos que vivem em países asiáticos informam que recebem dezenas de e-mails por dia da China, de muitas organizações ou dissidentes do governo.  Sem dúvida, a melhoria do padrão econômico resulta na natural aspiração por mais liberdade, enquanto o governo chinês tenta coibir este movimento, “espionando” alguns que os enviam, o que é condenável.

Há, portanto, dois assuntos que estão sendo confundidos nestes noticiários.  De um lado, o receio das autoridades locais que haja algo parecido com a dissolução da URSS, gerando muitos movimentos separatistas.  Existem dezenas de etnias na China, usando idiomas diferentes, que se comunicam entre eles em mandarim, mas na elite.

O Partido Comunista chinês tende a usar a força para que a unidade nacional não seja quebrada, tentando acordos como os com Hong Kong ou Macau.  O mesmo sempre é tentado com Taiwan.  As esperanças mundiais de maior liberdade do Tibet e outras minorias chinesas (a maioria é da raça Han) será difícil de se tornar realidade, pois é das geleiras do Himalaia que nascem as águas que abastecem a China toda.  A luta pelo controle da água é milenar, ao longo da história dos povos.  Como se compatibilizará a melhoria do nível de bem-estar econômico com este problema político é de difícil prognóstico, mas parece que os chineses são suficientemente pragmáticos para tentar arranjos como os já citados.

Quanto às empresas estrangeiras que investiram na China, as que os fizeram conscientes sabiam que as regras chinesas nunca foram muito claras, como as próprias estatísticas nas quais mesmo os chineses não confiam muito.  Por que fizeram, então, tais investimentos? Primeiro, na esperança que as regras se estabilizem a longo prazo, pois é um gigantesco mercado que não pode ser ignorado. Segundo, a maioria das empresas conscientes sabia que não ganharia na China, mas no comércio externo dos produtos lá fabricados utilizando uma mão de obra barata.  Todas as grifes de confecções e similares mundiais, como a Banana Republic, Donna Karan, Uniquo e muitas outras obtêm apreciáveis lucros com a exportação para os Estados Unidos, Europa ou Japão, até chegar ao consumidor final.

No mercado japonês, o custo CIF no porto de Yokohama ou Kobe chega a ser cerca de 10% do preço pago pelos consumidores finais. Os demais custos, de 90%, são de intermediação, transportes no Japão, até todas as margens para chegar a um Department Store para ser colocado à disposição dos consumidores.  Como tudo isto é feito por empresas do mesmo grupo, ou terceirizados, é irrelevante que a subsidiária chinesa lucre ou não. O importante é dispor de produtos baratos, que utilizam o sistema de “draw back”, tanto nos desenhos como nas matérias-primas utilizadas.  Só a mão de obra de fabricação é chinesa.

Imaginar que os empresários internacionais são ingênuos é um ledo engano.  Bobos somos nós que engolimos com facilidade as meias verdades que são disseminadas internacionalmente.


2 Comentários para “Empresas Estrangeiras na China”

  1. lara helena
    1  escreveu às 09:39 em 6 de junho de 2011:

    essa empresa é muito imteresamte!!!!!!

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 04:19 em 7 de junho de 2011:

    Cara Lara Helena,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota


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