Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

“Invictus” – Filme de Clint Eastwood Sobre Nelson Mandela

31 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Livros e Filmes | Tags: , ,

invictus O que tem Nelson Mandela com a Ásia ou América do Sul? Ele é universal, Prêmio Nobel da Paz, e o filme trata do combate ao preconceito, reconciliação de um povo visando o seu futuro, com base no livro de John Carlin, Playing the Enemy Nelson Mandela, the Game That Change a Nation, utilizando dados históricos.

Apesar de ser o “azarão” da Rugby World Cup de 1995, a equipe da África do Sul, comandada pelo capitão François Pienaar (interpretado por Matt Damon), acaba conquistando o campeonato mundial, poucos anos depois da eleição de Nelson Mandela (interpretado pelo Morgan Freeman) como o primeiro presidente daquele país. A equipe sul-africana é de brancos, contando somente com um jogador negro, Eles estão temerosos do seu futuro. Mandela, apesar de nada entender deste esporte, sente que esta campanha pode ajudar a unificar os negros e os brancos, depois de derrubado o apartheid, preservando os símbolos que eram caros aos partidários da política anterior,

Para motivar o capitão François Pienaar, entre muitas outras iniciativas, dá-lhe o poema Invictus, de William Ernest Henley, que manteve o seu ânimo nos muitos anos em que ficou encarcerado numa minúscula cela. Depois de eleito presidente, convenceu os seus próprios partidários negros que perdoassem os que os tinham segregado por muitos anos.

Do ponto de vista cinematográfico, este filme é uma grande produção que Clint Eastwood disse que abandonaria depois do Gran Torino. Como o roteiro e a história são muito bons, emociona o público com as cenas de uma multidão multirracial torcendo pela equipe de uma nova nação, bem como os choques provocados pelo rugby.

Algumas tomadas das favelas da África do Sul, bem como os contrastes com o elevado padrão dos africaners, ainda que um tanto forçadas, não chega a comprometer o filme. Os dramas pessoais dos personagens envolvidos no filme não são explorados de forma mais profunda e convincente, ainda que alguns problemas sejam colocados de forma superficial.

Como a realidade histórica é muito forte, ainda que o filme possa agradar ao público e até receber algum Oscar, tudo acaba dando uma impressão de um filme que foi elaborado às pressas, sem o cuidado que merecia. Ainda assim é um espetáculo que emociona, valendo a pena ser assistido.



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