Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças na Ásia

8 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: , , , , ,

Os sul-americanos nem sempre notam as grandes mudanças que estão ocorrendo na Ásia. Não se trata somente do rápido crescimento de economias como da China e da Índia, aumentando sua participação no mundo. Processa-se uma integração regional seguindo o exemplo da Europa, apesar das diferenças aprofundadas pelas guerras.

É sempre importante lembrar que estes dois asiáticos já são, isoladamente, países de mais de um bilhão de habitantes cada, de grandes dimensões geográficas, longa história, culturas muito ricas. São mais de quarenta por cento da população do mundo. E com os demais asiáticos a população chega a sessenta por cento.

Uma importante personalidade chinesa lembrava os ocidentais que a China só estava atrasada nos últimos 150 anos, pois seus sítios arqueológicos mostravam civilizações de mais de 8.000 anos. Foi o país que mais inventou ou descobriu conhecimentos relevantes para a humanidade, como a pólvora, o papel e a bússola, entre centenas de outros. E não se inibia explicitando que muitos importantes marcos culturais chineses foram importados da Índia, como o budismo ou a primeira dança da famosa Ópera de Pequim.

Como consequências de guerras, os japoneses tendiam a menosprezar os chineses e coreanos, cujos países ocuparam no início do século XX e na Segunda Guerra Mundial. Entre estas guerras, o Japão imperial aprofundou o seu radicalismo nacionalista e militarista, quando muitos dos seus súditos emigraram para a América do Sul. Hoje em dia porém, as novelas coreanas fazem um grande sucesso no Japão e seus astros são verdadeiros ídolos dos nipônicos. A China é a maior parceira comercial do Japão, em parte devido aos maciços investimentos das empresas japonesas lá instaladas.

No processo da atual globalização, estes países asiáticos se tornaram grandes financiadores internacionais, possuindo as maiores reservas externas. Assim, conseguem manter um câmbio, como o chinês, que lhes é favorável, impondo regras comerciais que desequilibram o mundo, criando empregos para a sua imensa e barata mão de obra.

A agressividade econômica dos asiáticos está invadindo agora tanto a África como a América Latina, para voltarem a ser os mais importantes parceiros comerciais de grande número de países no mundo. Isto já era uma realidade na Antiguidade, quando os chineses negociavam com os fenícios, levando seus produtos para o Mediterrâneo através da Rota da Seda.

Aprender o máximo da cultura deles, sob todos os aspectos, deixando de considerá-los apenas pelo seu exotismo torna-se, portanto, indispensável para todos.



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