Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Viabilidade do Trem Rápido

8 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: , , , , , ,

Neste texto, um pouco mais técnico, vamos tentar esclarecer este tema, recapitulando alguns aspectos que são de conhecimento geral, mas que ficam esquecidos nas nossas memórias. Todos sabem que os projetos ferroviários são de longa implementação e que seus resultados são obtidos num prazo muito longo, incluindo atividades paralelas.

Muitas ferrovias foram viabilizadas pelo aproveitamento dos benefícios que os imóveis próximos obtiveram, proporcionando ganhos de capital. As áreas limítrofes às novas ferrovias se valorizam, e é muito comum serem taxadas com as chamadas “contribuições de melhoria”. No passado histórico, nos Estados Unidos e inclusive no Brasil, foram feitas concessões de grandes glebas de terras que foram loteadas, para projetos de colonização, por exemplo. Isto proporcionou aos investidores substanciais retornos paralelos às tarifas que são cobradas dos passageiros e das cargas.

Mais recentemente, os projetos foram beneficiados por grandes patrimônios imobiliários que eram de propriedade das ferrovias, que foram privatizadas. No Japão, foi criada uma empresa especial de imóveis, procurando dar melhor destino às grandes áreas que pertenciam às ferrovias estatais. As estações se tornaram pontos de vendas, e sobre os pátios foram construídos os mais modernos edifícios.

Mesmo no Brasil, a Rede Ferroviária Federal dispõe de muitos armazéns e pátios ferroviários que podem ser bem aproveitados. Todas as novas estações do sistema Shinkansen se tornaram importantes “point of sales”, transformados em verdadeiros shoppings centers, por onde passam multidões de passageiros.

Mesmo no Brasil, as privatizações das rodovias permitiram que as concessionárias tivessem benefícios adicionais aos pedágios, com a exploração de áreas de estacionamento e repouso, com restaurantes e lojas de vendas de produtos necessários aos viajantes. Na medida que as concessionárias fazem as melhorias nas rodovias, que vão desde a da segurança até a ampliação, os seus custos são menores que os feitos pelo setor público. Imagina-se que o sistema de trem metropolitano está construindo grandes estações para tirar proveitos desta natureza.

Portanto, os aspectos importantes quando da concorrência, além da tecnologia dos trens rápidos, passam a ser a desapropriação dos imóveis, construção dos túneis e pontes, além da experiência nos melhores aproveitamentos dos imóveis e, principalmente, a eficiência na operação da ferrovia como um complexo, inclusive das atividades que as cercam. Principalmente quando as tarifas mais baixas vão ser decisivas nos julgamentos.



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