Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

É Carnaval: Cem Anos de Ouro do Samba

17 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , ,

Não há como fugir do tema em tempos de Carnaval. O samba faz parte da cultura brasileira, ainda que suas comemorações não ocorram mais em todas as cidades e lugares, mas nos locais especiais chamados Sambódromos, passando a ser um show.

Os centenários dos grandes sambistas estão sendo comemorados com eventos de destaque nas salas de espetáculos, deixando de ser somente populares, mas eruditos. Já falamos do papel importante da Chiquinha Gonzaga neste site.

Cartola, como é conhecido Angenor de Oliveira (1908-1988), o grande poeta sempre lembrado pelo seu “As rosas não falam”, continua cada vez mais cantado pelos mais famosos artistas, que ainda descobrem suas preciosidades, dando-lhe roupagem novas.

Ataulfo Alves (1909-1969), sempre lembrado pelas imortais “Ai que saudades da Amélia”, “Atire a Primeira Pedra”, “Laranja Madura”, “Na Cadência do Samba”, entre muitas outras, emociona mesmo os jovens pelas suas letras elegantes, que correspondem à sua figura que seria confundida com a de um banqueiro internacional.

Noel Rosa (1910-1937), apesar de sua curta existência, deixou joias de sambas que retratam o que há de melhor na vida de Vila Isabel, bairro do Rio de Janeiro, que imortalizou. “Com que roupa”, “O x do problema”, “Fita Amarela”. O seu centenário começa a ser preparado como ele merece no mais elevado estilo.

Adoniran Barbosa (1912-1982), nome artístico do João Rubinato, descendente de imigrantes italianos, nascido em Jundiaí, um dos paulistas de maior destaque, já está sendo lembrado. Poucos são os brasileiros que não conhecem “Samba do Arnesto”, “Saudosa Maloca”, “Tiro ao Álvaro”, “Trem das Onze”, que enfatizavam o linguajar dos paulistas-italianos do bairro do Bexiga, São Paulo.

São todos clássicos. Quando os músicos tocam as primeiras notas, a plateia já sabe o que vem. É praticamente impossível os cantores não contarem com um coro, constituído por todos que estão na plateia.

Os arranjos atuais estão permitindo que sejam tocados pelas orquestras sinfônicas, não se distinguindo se são eruditos ou populares, como nos ensinou Heitor Villa-Lobos. Não é a toa que os brasileiros são conhecidos no mundo e na Ásia como um dos povos mais alegres e felizes, mesmo na pobreza, que pode ser material, mas não de espírito.



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