Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Economia de Energia

5 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Contar com energia e água abundantes e baratas pode parecer uma grande vantagem, mas também traz os seus inconvenientes. O sistema de preços, apesar de todas as suas precariedades, proporciona importantes indicadores, que condicionam os hábitos da população.

Na Ásia, como regra geral, tanto a energia quanto a água são escassas e seus preços acabam sendo exorbitantes, quando comparados com os sul-americanos, sempre existindo exceções. Isto acaba induzindo ao desenvolvimento de tecnologias que economizam estes fatores, sendo que a energia fica mais evidente.

Um arguto observador verificava que no Brasil, por exemplo, comete-se a barbaridade de aquecer a água num “boiler” até mais de 60 graus, e depois se tempera com água fria para possibilitar um banho de chuveiro em torno de 30 graus. Puro desperdício, pois o preço da energia ainda não afeta a parte mais sensível do corpo humano, que é o bolso.

Quando, em plena crise do petróleo, o preço da gasolina teve que ser elevado a um nível internacional, o trânsito por aqui melhorou consideravelmente. Somente os que tinham absoluta necessidade de se locomover usavam os automóveis com um só passageiro, o motorista.

Numa visita aos projetos de irrigação do Vale São Francisco, um respeitável acadêmico oriental constatou que se estava utilizando dez vezes mais água nas plantações de uvas, que são de boa qualidade. As uvas, para a produção de vinhos, ou as de boa qualidade para serem servidas como frutas de mesa, costumam necessitar somente de 300 milímetros anuais de água. Técnicas como o estrangulamento das hastes são utilizadas para reduzir as seivas que acabam alimentando os frutos. Excesso de água prejudica, regra geral, o teor de açúcar das uvas.

Os aparelhos eletrodomésticos ou dos escritórios da América do Sul, desde as lâmpadas, geladeiras, condicionadores de ar, televisões, computadores etc., continuam utilizando mais energia que os asiáticos, ainda que melhoras tenham sido introduzidas, obrigando constar o nível do seu consumo.

Quando se preocupa com o desenvolvimento sustentável, não basta utilizar combustíveis não poluentes, mas economizar energia continuará sendo a forma mais racional de promovê-lo.



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