Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Japão: Dicionário e Civilização

17 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , , ,

o japao dicionario

De Louis Frédéric, tradução (do francês) de Álvaro David Hwang, revisão técnica de Jorge Júnior de Prado e Jussara Kazue Ichioka, São Paulo, Globo, 2008.

 

Ganhei há alguns anos do editor e amigo José Mario Pereira, meu editor da Topbooks, Rio de Janeiro, a edição original em francês desta obra, e vim utilizando-a como fonte básica de consultas sobre as questões relacionadas com o Japão.

Descobri que se dispõe, recentemente, de sua tradução para o português num excepcional trabalho de cerca de 1.500 páginas, e compartilho com o autor das mesmas razões de sua elaboração, que justificam esta edição na língua de Camões.

O Japão é a segunda economia do mundo, e só o conhecemos superficialmente. “É importante compreender e conhecer o Japão na sua globalidade… com toda a imparcialidade necessária”, como o autor coloca na sua introdução. “O verdadeiro Japão não é apenas aquele que importamos; ele também é uma história, os homens, as obras artísticas, literárias e outras, as cidades, os campos, os climas, as famílias…”

“Seria ilusório e inútil querer compreender a essência do Japão vendo-o apenas através de imagens simplistas como aquelas que nos mostram, a todo instante, lutadores de sumô e de artes marciais, gueixas, mulheres de quimono ou religiosas zen. A realidade do Japão, também compreende artesanatos e indústrias tradicionais, apoiando-se em religiões, costumes, crenças, toda uma arte de viver que nos é estranha”.

O autor afirma que é preciso eliminar o Japão “estereotipado”, confundido com a China. “Os japoneses, habituados com a ideia budista da impermanência de tudo o que existe, sabem bem que a mudança é inevitável…”,“…cada indivíduo deve se comportar conforme o seu lugar na sociedade, e o seu ‘dever’ (giri, on, oyabun-kobun)”. São alguns aspectos essenciais do Japão.

A obra é um dicionário, quase uma enciclopédia. É para consultas, e para ajudar inclui de início uma tabela cronológica, desde o período Jomon até 1994. Inclui uma extensa bibliografia. Anexa uma lista de katakana (caracteres silabáticos para palavras de origem chinesa), hiragana (caracteres silabáticos para outras palavras estrangeiras) e kanji (ideogramas). Também uma leitura chinesa dos kanji e uma transliteração do japonês. E, finalmente, uma bibliografia do autor.

É uma obra indispensável para todos que utilizam o português e desejam conhecer, profundamente, as coisas do Japão. Como também, modestamente, tentamos neste site.



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