Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Segurança da Região Asiática

29 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: ,

Uma declaração conjunta do Japão e dos Estados Unidos foi divulgada sobre o deslocamento da atual base aérea de Futenma, encravado numa região urbana, criando constantes atritos com os moradores da proximidade. Seria para próximo de Henoko-saki, na mesma província de Okinawa. Apesar de ainda nem todos os detalhes terem sido acertados, esta decisão já começa a provocar reações. O Tratado de Cooperação Mútua e Segurança firmado entre os dois países completa 50 anos e continua sendo importante tanto para o Japão como para a Ásia do Pacífico.

Haja vista a crise que está evoluindo entre as duas Coreias, com os incidentes relacionados aos danos causados numa embarcação militar do Sul, com muitas mortes. O Japão, derrotado na Segunda Guerra Mundial, renunciou a ter seu complexo militar, dispondo somente de um sistema de autodefesa, e depende da presença incômoda de bases norte-americanas no seu território.

Também a segurança de Taiwan, como de outras localidades do Pacífico¸ dependem do poder militar norte-americano, cada vez menos efetivo, mas que mantém bases em diversos países da região. Ainda que a cooperação internacional venha se elevando com a globalização, esta presença militar é considerada vital, mas rejeitada pelos moradores dos arredores destas bases.

A transferência definitiva de 17 mil militares e seus dependentes para a ilha de Guam, dos Estados Unidos, ainda dependerá de muitas instalações prometidas para um futuro incerto, que deverá ser custeada pelos japoneses. Por enquanto, pretende-se a realocação de Futenma para Henoko-saki, inclusive com a instalação de uma pista de 1.800 metros nos aterros do mar, cujo projeto deverá ficar pronto em meses. Os dois países reconhecem as preocupações dos okinawanos, e desejam minimizar os inconvenientes, inclusive do ponto de visa ecológico.

Serão efetuados estudos para o uso compartilhado das novas bases pelos norte-americanos e tropas do sistema de autodefesa dos japoneses. Bem como medidas para a transferência para Guam, que serão totalmente custeadas pelos japoneses.

Esta questão complexa decorre de atritos dos militares norte-americanos com a população japonesa, e o atual governo do Japão prometeu resolver a questão com a máxima urgência, reconhecendo a importância da presença militar dos Estados Unidos, mas encontra resistências locais em qualquer alternativa.

Como o problema tornou-se crucial e exige uma cooperação bilateral, muitos esforços vem sendo desenvolvidos, mas sempre existem os que são contrários. Na realidade, os Estados Unidos, apesar dos seus desejos de influírem na segurança de todo o Pacífico, não conta nem com recursos próprios, como de seus aliados, para manterem situações como do Iraque ou Afeganistão.



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