Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Automóveis Chineses no Brasil

3 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

O jornal O Estado de S.Paulo dá destaque aos artigos da jornalista Cleide Silva, “O desembarque chinês” e “A vez dos carros chineses no Brasil”, noticiando a importação de automóveis baratos produzidos na China, e o interesse das empresas chinesas se instalarem no Brasil no futuro.

São frequentes as informações de novas iniciativas de produtores chineses e hindus de carros de baixo custo, visando atender os seus mercados internos e de outros países emergentes. Mesmo as empresas tradicionais estão planejando carros populares, que seriam produzidos nestes países. O Brasil já contou com iniciativas semelhantes no passado, como a Vemag, Romi-Isetta, Gurgel, além da Volkwagen, Fiat etc.

Todos reconhecem que o Brasil está se atrasando nestas iniciativas, ainda que conte com uma demanda expressiva nesta faixa. Atribuem o fato aos elevados impostos, tanto sobre o produto final como componentes, mesmo que parte seja exportada, isenta de impostos.

O país já conta com produção de muitos dos componentes necessários, sendo relevante no cenário internacional em veículos de porte médio. Mas todas estas empresas são estrangeiras e as tecnologias que elas vêm utilizando estão defasadas, mesmo no “flex fuel”, que envolve etanol e gás natural no caso brasileiro. No restante do mundo, quando se fala em “flex fuel”, além da gasolina, está se falando de energia elétrica.

Em todos os países, mesmo emergentes, conta-se com centros de pesquisas para o desenvolvimento de novos modelos, enquanto no Brasil cuida-se somente de uma “tropicalização” ou pequenas mudanças na carroceria. Nunca fomos geradores de tecnologia de veículos.

Parece que, se o país pretende ser realmente emergente com pretensões para passar a ser desenvolvido, é chegada a hora de se pensar numa política industrial para este segmento, que vai continuar a ser importante na economia mundial.

É preciso recordar que o Brasil teve um período em que sua indústria automobilística lançava, concomitantemente com os países industrializados, os chamados “modelos mundiais” e produzia componentes que eram exportados para o Japão, Europa e Estados Unidos. E os operários brasileiros eram considerados mais eficientes que os alemães.

Quando e por que perdemos esta trajetória?



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