Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reunião de Cúpula Coreia do Sul, China e Japão

30 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , , ,

Quem duvida que avance o processo de integração do Extremo Oriente precisa estar atento a esta reunião de cúpula onde participam o presidente sul coreano, Lee Myung-bak, e os premiês Wen Jiabao, da China, e Yukio Hatoyama, do Japão, ainda que este último esteja enfraquecido politicamente. Eles representam as três economias mais importantes da região, que independem de quem está no poder no momento.

A reunião está sendo realizada em Jeju, na Coreia do Sul, e no primeiro dia cuidou dos assuntos econômicos. Eles elaboram em conjunto uma “Visão para 2020”, que dá ênfase aos problemas de investimentos de meio ambiente, tratando de criar um padrão de qualidade para os produtos industriais. Comprometem-se a fazer pesquisas científicas conjuntas para melhoria da qualidade de vida. Como divergem sobre aspectos de comércio, entendem que precisam aprofundar questões relacionadas, inclusive emprego e trabalho.

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Yukio Hatoyama, Lee Myung-bak e Wen Jiabao

Fica evidente que estão preparando as condições para uma maior integração econômica, conveniente para os três países, procurando estabelecer bases seguras, que pode culminar num acordo de livre comércio. Observando as dificuldades que ocorrem na comunidade europeia, por terem hoje uma maior importância econômica, tomam atitudes cautelosas, até diante das dificuldades que tiveram no passado.

Preliminarmente, estes líderes foram cautelosos na condenação da Coreia do Norte nos incidentes relacionados com o navio da Coreia do Sul. Mas revelaram uma firme posição conjunta condenatória, deixando os coreanos do sul mais tranquilos, pois eles temiam uma proteção chinesa aos coreanos do norte.

No campo empresarial, este site tem noticiado o crescente intercâmbio entre as empresas dos três países. Na realidade, o volume de comércio entre eles já são os maiores para cada um dos países, havendo “joint ventures” em alguns setores, apesar da acirrada competição.

O Japão é uma economia mais madura, mas se encontra estagnada há algumas décadas, possuindo uma tecnologia avançada para produtos de elevado valor e qualidade, mas a mão de obra no país é de custo muito alto. A China vem apresentando um desenvolvimento que assombra o mundo, integrante sua gigantesca população no mercado internacional, apresentando ainda problemas de qualidade e de meio ambiente, que afetam os seus vizinhos. A Coreia do Sul, por estar entre os dois gigantes, empenha-se mais nos seus trabalhos, tendo já superado os japoneses em muitos setores.

Estes três países, apesar dos problemas que possuem entre eles, agem de forma pragmática, pois vislumbram vantagens recíprocas na integração futura, sem que isto signifique exclusividade. Pois continuarão incrementando suas relações bilaterais com outros gigantes asiáticos como a Índia, além de assegurar matérias-primas e alimentos do resto do mundo.

Se isoladamente já são importantes, em conjunto eles esperam usufruir de melhores condições no intercâmbio no mundo globalizado, o que chega a ser assustador, mas certamente fascinante e desafiador.



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