Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Economia Japonesa e Seus Dilemas

6 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: ,

Um interessante artigo publicado hoje no jornal econômico Nikkei apresenta alguns problemas que os japoneses estão enfrentando para sustentar a sua incipiente recuperação diante das dificuldades provenientes do exterior. Os desaquecimentos na Europa e nos Estados Unidos e uma diminuição do crescimento chinês tendem a provocar uma valorização do seu câmbio.

Na economia japonesa, o comportamento da bolsa é muito importante, pois muitos constituíram uma carteira de ações, cujos rendimentos ajudam a sustentar o consumo das famílias. Há preocupações de empresas do varejo de que as dificuldades no exterior venham a prejudicar as vendas que começavam a se recuperar neste ano.

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Algumas empresas exportadoras, com a valorização do yen, podem reverter os lucros que começaram a apresentar, o que deve provocar a queda de suas ações nas bolsas. Analistas de empresas conceituadas no mercado de capitais aventam estas possibilidades. Ainda que a recuperação de algumas empresas seja expressiva, como na indústria automobilística, siderúrgica e na construção civil, principalmente de moradias.

Até no setor varejista, as empresas mais criativas vêm obtendo resultados expressivos. O problema consiste na sustentação desta recuperação que pode ser prejudicada pelas influências externas. O que se espera é que os mercados dos países emergentes ajudem a economia japonesa a transpor este período, até que seus investimentos venham a provocar melhorias no mercado interno.

Os japoneses se preocupam com as medidas restritivas que foram acertadas no G20. Situações como a grega podem comprometer o setor financeiro, exigindo habilidades para administrar as turbulências que ocorrem em diversos países, afetando até os câmbios.

O setor habitacional norte-americano continua com uma recuperação lenta. As medidas estimuladoras de consumo tomadas pelas autoridades japonesas, como o consumo de bens que contribuem para o desenvolvimento limpo, devem se esgotar. O elevado endividamento da economia japonesa não dá espaços para estimular o mercado interno.

O primeiro-ministro japonês Naoto Kan assina sua política econômica com três “strongs”: finanças públicas, economia e previdência social. O autor do artigo pergunta se ele será capaz de resolver estas três equações num mundo onde a incerteza aumenta. E afirma que a resposta para estas e outras questões devem vir das eleições da Câmara Alta no próximo dia 11 de julho.

Estas questões podem ser levantadas em outras economias.



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