Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Eleição na Câmara Alta Japonesa

11 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Se a situação já não era confortável para o novo governo japonês, que precisa implementar programas antipopulares como a corte dos subsídios, reforma tributária, reformulação da previdência social, controle da dívida interna etc., agora acabou ficando mais difícil. Os eleitores não apoiaram o bloco governista, com o surgimento de dissidências que acabam formando novos e pequenos partidos.

A política japonesa, como a sua economia e sociedade, não consegue se galvanizar diante de um programa claro, tendo opiniões variadas sobre problemas cruciais, como o acordo militar com os Estados Unidos, realocando as bases militares que ficaram dentro das cidades, incomodando populações como o de Okinawa. Na tentativa de estimular a economia, o governo propôs a redução dos impostos sobre as empresas, aumentando os impostos sobre as vendas, que afetam os consumidores.

Naoto Kan e Sadakzau Tanigaki

Premiê Naoto Kan, do  Partido Democrático Japonês, e Sadakazu Tanigaki, do Partido Democrático Liberal, fortalecido na eleição da Câmara Alta

Tudo indica que medidas duras, como o controle do endividamento que assusta todo o mundo, só podem ser tomadas por governos que gozem de elevado prestígio que o atual ainda não alcançou. Muitas tentativas estão sendo aventadas, como o aprofundamento do intercâmbio com os vizinhos coreanos, chineses e hindus, mas existem profundas divergências que ainda estão na alma dos japoneses, principalmente os mais idosos.

As dificuldades para se adaptar ao novo mundo globalizado, onde os emergentes podem desempenhar um papel mais importante, ainda necessita de um amadurecimento na população em geral, difícil de ser convencida em pouco tempo.

Pensar em melhor aproveitar do enraizamento que os japoneses criaram no exterior, com os seus imigrantes e descendentes que deixaram uma imagem positiva, deve ser cogitado com maior seriedade, sob o risco de ficarem isolados.

São estes momentos de crise que exigem estadistas que proponham novos caminhos, sempre difíceis de serem trilhados, tanto do ponto de vista político como empresarial.



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