Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Chineses Poderiam Participar de Uma Holding Brasileira

12 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

É frequente o aparecimento de notícias veiculadas na imprensa que acabam dando a impressão de algo especulativo em marcha, exigindo cautelas redobradas na sua consideração. Sempre existem grupos que captam volumosos recursos no mercado, anunciando o potencial futuro dos seus projetos, ainda que haja pouca efetividade nos seus gigantescos investimentos, até o momento. Vão da mineração, de indústrias, de infraestrutura, tanto no Brasil como no exterior, envolvendo grandes recursos, que parecem virtuais para muitos analistas.

Noticia-se que foram localizadas importantes jazidas de gás natural em áreas onde um grupo possui concessões. Como foram obtidas tais e outras concessões? Mesmo que sejam comprovadas, para se tornarem rendimentos que remunerem adequadamente os capitais investidos, haverá um grande espaço de tempo, exigindo pesadas inversões. Enquanto isto, os investimentos financeiros só se baseiam em projetos que existem no papel, apresentando riscos elevados. Ou não geram todos os lucros que permitam substanciais rendimentos para os investidores em papéis.

A constante repetição destas vultosas captações assombra os analistas, ainda que estejam baseadas em jazidas prospectadas. Todos sabem que gerar recursos próprios em volumes apreciáveis necessita de trabalhos e investimentos ao longo de muito tempo, não podendo aparecer como um lance de mágica, com a mera troca de papéis. Muitos resultados aparentam ser resultantes da compra e venda de empresas, sem que haja uma produção real que justifique grandes fortunas.

Os exageros promocionais geram desconfianças do mercado, parecendo lances de relações públicas, envolvendo até autoridades e meios de comunicação social, ainda que ressalvas sejam efetuadas. Pode ser que os relacionamentos permitam aportes de recursos externos, mas é preciso que se considerem os compromissos que estão sendo assumidos, que não podem colocar em risco patrimônios nacionais que são da coletividade e que dependem de autorizações oficiais, obtidas de formais duvidosas.

Todos os exageros de ousadia acabam despertando críticas ou até invejas, pois sempre aparecem muitas outras informações de compromissos não cumpridos integralmente. Ou de inquestionáveis comportamentos morais que se exigem dos grandes empresários. No mercado, sempre haverá os que aceitam elevados riscos e até os ingênuos que acreditam que fortunas podem ser feitas sem muito trabalho duro comprovado no lado real da economia.

Lamentavelmente, o mercado financeiro, até internacional, vem demonstrando que se venderam muitos papéis que nada valem ou representam, disseminando um comprometimento da credibilidade, sem que regulamentações mais rígidas sobre alavancagens sejam impostas. Os que desejam grandes lucros precisam estar conscientes que também estarão envolvidos em grandes riscos. O envolvimento de asiáticos nem sempre significa a garantia que todos sairão lucrando, ainda que alguns possam ficar com a parte do leão.



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