Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desconhecimentos Recíprocos Entre Brasileiros e Chineses

17 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

Este site vem procurando colaborar no sentido que sul-americanos e asiáticos aumentem seus conhecimentos recíprocos. Mesmo os japoneses que já possuem longas experiências na América do Sul e os chineses que estão intensificando o intercâmbio comercial ainda contam com dificuldades para compreenderem o que se faz por aqui. E os sul-americanos ainda possuem um conhecimento estereotipado da Ásia, que passa por um desenvolvimento surpreendente nas últimas décadas, principalmente na China.

Qualquer reunião entre representantes destes dois continentes é sempre importante, ainda para esclarecer as dificuldades recíprocas, principalmente quando efetuada por empresários privados e estatais, que serão os responsáveis por projetos em ambas as regiões. Os jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, pelos seus correspondentes na China, Cláudia Trevisan e Fabio Maisonnave, reportam alguns aspectos destas reuniões realizadas em Pequim.

Persio Arida

As reportagens relatam que, entre outros assuntos que foram discutidos, figurou o caso da licitação do trem rápido entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. O representante da da estatal CCCC, China Communication Constraction Company teria expressado que os chineses não participariam da licitação brasileira, pois entendem que o risco de um projeto desta natureza necessita ser assumido pelo governo, como é feito naquele país. Projetos desta natureza não apresentam, até agora, retornos para investimentos privados em nenhum lugar do mundo.

Na realidade, os projetos ferroviários de qualquer natureza proporcionam resultados na medida em que incorporam as valorizações dos imóveis beneficiados, desde as construções que permitam concessões de loteamentos agrícolas nas regiões servidas. Mais recentemente, os imóveis se tornam atrativos para serem transformados em importantes pontos de venda, ou permitirem grandes empreendimentos imobiliários, não se visando somente retornos com as tarifas cobradas dos passageiros ou das cargas transportadas.

No Ocidente, está se disseminando os chamados PPP – Projetos Público Privados, onde parte da infraestrutura pode ser arcada pelos investimentos públicos, mas as operações ficam com empresas privadas que contam com concessões por um prazo longo. A natureza da recente experiência chinesa, que está implantando muitas ferrovias rápidas, como sistemas metropolitanos, é de uma economia ainda muito centralizada, com muitas estatais.

O que pode verificar é que mesmo nas economias de mercado, estão voltando os projetos onde o governo está na retaguarda, com uma forte coordenação com grandes aglomerados privados, de forma a se tornarem competitivas no mercado internacional. Anuncia-se que, mesmo nos Estados Unidos, muitas ferrovias de trens rápidos serão implementadas no futuro próximo, como os que estão ocorrendo na Europa, utilizando a experiência internacional.

Uma expressão chocante foi pronunciada por Chen Weldong que se referiu ao Brasil e à América Latina como “o quintal dos Estados Unidos” na reunião. Ainda que aos poucos, estes aspectos podem ser mais bem esclarecidos em reuniões desta natureza.



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