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Grande Teste Para a Usina de Três Gargantas

10 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , ,

Como é do conhecimento de todos, a hidroelétrica de Itaipu, localizada entre o Brasil e o Paraguai, era a maior usina do mundo, até ser superada recentemente pela chinesa Three Gorges (Três Gargantas), que utiliza muita da experiência que os chineses absorveram no Brasil. Até chegar a Itaipu, nosso país acumulou muitas experiências em usinas de grande porte, como Ilha Solteira e Jupiá, e muitas missões chinesas visitaram esta e outras usinas brasileiras, para verificarem as tecnologias que eram utilizadas.

Missões brasileiras, há décadas, também foram examinar a localidade de Three Gorges, fornecendo informações sobre as nossas experiências, sabendo-se que ambas as localidades apresentam situações peculiares, mas todas as grandes estruturas necessitam de tecnologias comuns. O Brasil possui mais experiência no mundo sobre estas grandes estruturas hidroelétricas.

Vista do Three Gorges_Foto da Asianewsphoto

Itaipu está numa garganta, tendo uma área de reservatório relativamente pequena quando considerada a sua dimensão. A sequência à montante de grandes usinas permite regularizar o fluxo de água, de forma a contar com um mínimo para aproveitamento de seu enorme potencial. São dezenas de usinas que estão no rio Grande, Tietê, Paranapanema e outros, com regimes de chuvas que se diferenciam.

No caso de Three Gorges, as águas vêm desde o Himaláia por um rio que atualmente recebe substanciais torrentes de chuvas que provocam algumas catastróficas inundações na China. Não conta com usinas à montante, e o seu reservatório máximo é de 175 metros, que vai ser testado em outubro próximo.

É claro que estas grandes estruturas são construídas com elevadas margens para suportar cargas mais altas. Mas não deixa de ser um emocionante teste, pois seu rompimento seria um desastre de escala imensurável, além das calamidades que já provocam.

Os argentinos, por exemplo, temiam a construção de Itaipu, pois o seu eventual rompimento inundaria Buenos Aires, o que consideravam como mais arriscado que a posse de uma bomba atômica pelos brasileiros.

É claro que uma grande usina hidroelétrica exige muito mais que a tecnologia do represamento e mesmo do vazadouro que pode impressionar o leigo pelo seu efeito plástico. São as captações de água para moverem as gigantescas turbinas, bem como tudo que é necessário para o seu controle e transmissão da energia gerada.

Só quem visitou estas construções quando de sua construção em Itaipu pode ter uma ideia de sua dimensão, devidamente acompanhada por especialistas que conheciam as maiores do mundo, que se tornaram menores que ela. Ao lado de outras grandes, como Ilha Solteira e Jupiá. Os equipamentos são maiores que muitos dos mais altos edifícios de São Paulo.

Nem os Estados Unidos, o Canadá, a Rússia e a Austrália dispõem de hidroelétricas comparáveis com as brasileiras e, agora, com Three Gorges. Há que respeitar as engenharias que permitiram a sua construção e, no caso brasileiro, foi totalmente nacional, o que é motivo de orgulho para todos que nasceram neste país.



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