Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mercado Mundial Como Referência

10 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

O jornal econômico Nikkei publica um artigo mostrando que muitas empresas japonesas estão usando produtos aceitos nos mercados externos para aproveitá-los no comércio interno do Japão. No passado, os produtos bem conceituados no mercado japonês eram promovidos no exterior, mas com a atual recessão tiveram que mudar de estratégia. Citando casos concretos, estão constatando que também no mercado interno está se procurando produtos a preços mais acessíveis.

Na realidade, na atual dinâmica das economias mundiais, muitos produtos se tornaram descartáveis num prazo muito curto, ficando sem sentido materiais de elevada qualidade e de longa duração. Os automóveis que deveria durar décadas agora são substituídos em poucos anos, por modelos mais atualizados, como acontece com muitos produtos, como os eletrônicos.

Masahiro Shima, presidente da Shima Seiki

A Nissan, por exemplo, só usa a plataforma básica do seu modelo subcompacto March e faz adaptações locais diferentes para 160 países em que o vende, inclusive produzindo-o em quatro economias emergentes, que fornecem componentes locais. Tendo interrompido sua produção no Japão, este modelo está sendo montado Tailândia. A preocupação da queda das vendas não se confirmou, e a nova versão consegue uma quilometragem 30% superior a que era produzida no Japão, com o mesmo preço.

Muitas empresas japonesas que já atuam no exterior, em entendimento com estrangeiras, passaram a considerar o mercado mundial com um todo, sem efetuar distinções, principalmente para os produtos de consumo em grande quantidade. Estão, portanto, deixando de ser mercadorias japonesas, para serem mundiais.

A Shiseido, produtora de cosméticos de alto custo, passou a utilizar uma segunda marca, Senka, para as jovens japonesas como para todo o Sudeste Asiático, com preços bem acessíveis, visando consolidar-se num mercado que está se expandindo rapidamente, com o ingresso de novas consumidoras.

A Uniqlo, famosa rede de venda de confecções no Japão e também no exterior, informa que somente com modelos voltados para as japonesas não seria possível conseguir os resultados que obtém. Incorpora os provenientes de outros mercados.

Um caso singular é da Shima Seiki que produz equipamentos têxteis para confecções, tendo um percentual de 60% do mercado mundial, e 92% de suas vendas são para o exterior. Desde a sua fundação, há cerca de 50 anos, empenha-se em produzir modelos que sejam voltados para o mercado mundial.

Ainda que cada mercado específico tenha a sua característica, no comécio globalizado, todos necessitam imaginar que seus produtos são destinados ao mundo. Deste ponto de vista, países como o Brasil, que sempre foram voltados para o exterior, precisam adotar as mesmas atitudes, tanto para as commodities como para os produtos industrializados.



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