Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Crescente Participação Chinesa na Economia Mundial

26 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: ,

A China, com o seu recente desenvolvimento acelerado, se tornou o principal parceiro comercial das mais importantes economias do mundo, como os Estados Unidos, o Japão e até o Brasil. Agora, avança com assustadora velocidade sobre a América Latina toda, bem como sobre a África Subsaariana, como anunciam dois artigos publicados no Valor Econômico, o primeiro do presidente do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno. Não se trata somente do Brasil, mas de toda a América Latina que junta possui um PIB próximo do chinês em 2009.

O segundo artigo, da jornalista Sarah Childress, do Wall Street Journal, mostra que na África Subsaariana, onde os chineses são extremamente agressivos na obtenção de fontes de matérias-primas básicas, o comércio com a China contribui muito para a sua expansão.

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Segundo o BID, o comércio da América Latina com a China, que era de US$ 10 bilhões anuais em 2000, passou para mais de US$ 100 bilhões atuais. Em 2009, a China era a maior importadora do Brasil, como a maior parceira comercial do Chile, Peru e Argentina. Na semana passada, mais de mil empresários chineses e latino-americanos participaram da Cúpula de Negócios China-América Latina em Chengdu, na China, uma reunião organizada pelo BID e o Conselho Chinês para a Promoção da Integração e Comércio. A China decidiu participar do BID, como já faz o Japão.

A África Subsaariana, que abrange 47 países, deve chegar a um crescimento estimado em 5% neste ano, em parte graças ao comércio com a China, e o FMI estima que pode chegar a 5,5% no próximo ano. Estes países se encontram com os fundamentos econômicos vigorosos, com alto nível de reservas internacionais e inflação baixa. A África, como um todo, conta com mais de um bilhão de habitantes, podendo se tornar o próximo bloco emergente depois da China e da Índia.

A África não interessa somente à China, mas continua sendo a maior parceira da União Européia, e conta com o interesse também dos Estados Unidos. Todos sabem que seus recursos naturais são abundantes. Os africanos conseguiram escapar da crise que abateu todo o mundo, e sua recuperação está sendo vigorosa.

A forte participação chinesa nestas duas regiões chega a ser assustadora, pois o desenvolvimento destes países não pode ficar exageradamente dependente da China. Na medida em que o mundo industrializado continua com um crescimento extremamente modesto, parece que a diversificação da ampliação destes intercâmbios continuará difícil.



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