Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ensino do Mandarim em São Paulo

27 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , , ,

O ensino de uma língua estrangeira, cuja raiz nada tem a ver com o latim, num país onde o idioma oficial é o português que derivou de uma de suas versões populares, certamente é um grande desafio. E principalmente quando a iniciativa é privada, sem um apoio da China. Os analistas que acompanham iniciativas semelhantes, como as relacionadas com o ensino do idioma japonês, que recebeu fortes influências da China, ficam estupefatos com o interesse existente por apreciável número de alunos brasileiros, suficiente para provocar a iniciativa de diversas conhecidas escolas.

O jornal Valor Econômico traz uma reportagem escrita pelo jornalista Luciano Máximo, que informa que os prestigiosos colégios privados Mater Dei e Humbolt já adotam as lições de mandarim como optativas, no que será seguido pelo Visconde de Porto Seguro, que é de tradição dos imigrantes alemães. O projeto está na agenda de outros, como os colégios Bandeirantes e Vértice. Acredita-se que é do conhecimento geral dos brasileiros que o povo chinês usa diferentes idiomas, como o cantonês, o pequinês e outros, dependendo da região daquele país. O mandarim foi introduzido para a elite dos funcionários do estado chinês, servindo atualmente para que as diversas etnias e regiões da China tivessem um idioma comum.

bandeira_china bandeirantes_ logo

vértice mater dei    humboldt

Sabe-se que existem pequenos núcleos que ensinam o mandarim para filhos de chineses e seus descendentes. Também alguns cursos destinados aos empresários que desejam manter negócios com a China, ainda que poucos pretendam ter um domínio completo deste idioma. E existem professores chineses que dão aulas particulares.

O artigo do Valor Econômico informa que o mandarim já é obrigatório no Canadá e na Coreia do Sul, em colégios secundários. Alguns dirigentes de escolas privadas brasileiras admitem que esses países possuem sistemas educacionais bem conceituados e resolveram oferecer cursos optativos deste idioma no Brasil, que nem conta com um grande contingente de chineses e nem são seus vizinhos. Reconhecem que a China já tem uma grande importância internacional, que tende a crescer, e mais de 15% da população mundial já utiliza este idioma.

Dada a dificuldade de conseguirem professores adequados para a tarefa, estes colégios optaram por terceirizar estes cursos com o Centro de Língua e Cultura Chinesa que já colaborava com outras instituições de ensino superior. Existem alguns pedagogos que discutem estas iniciativas, questionando se não seriam meros modismos. De qualquer forma, é preciso ter em conta que para se ler um jornal é necessário conhecer cerca de 10.000 ideogramas, e muitas palavras chinesas possuem sentidos diferentes dependendo de sua entonação.

Existem, também no exterior, organizações especializadas como a EF Education First que promovem cursos na China e em Cingapura para aprendizado do mandarim, bem como das culturas asiáticas.



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