Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Saudável Concorrência Entre Gigantes Asiáticos

17 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , , ,

Nni20101016D15HH993078609 O jornal econômico japonês Nikkei informa que as gigantescas empresas de construção naval do Japão, que atualmente não conseguem competir com as coreanas e as chinesas, lançaram-se ao desenvolvimento inovações de tecnologias de ponta que contribuam com a recente onda de navios pouco poluentes. Entre outras, a Mitsubishi Heavy, a IHI Marine United e a Mitsui Engineering & Shipbuilding, com suporte para pesquisas do governo japonês, embrenharam-se nas tecnologias avançadas amigas do meio ambiente, procurando reduzir o lançamento de CO2 nas operações dos novos navios para transporte de contêineres. A sua demanda deverá continuar alta com o incremento do comércio internacional com consciência ecológica.

As novas tecnologias de ponta a serem utilizadas nos grandes navios visando ganhos de escala, de cerca 366 metros de comprimento e 49 metros de largura, pretendem reduzir em mais de 30% o lançamento de CO2. Estas embarcações devem passar pelo novo canal do Panamá. Como as cargas de contêineres atingem elevadas alturas provocando resistências ao vento, estuda-se a sua aerodinâmica para criar bolhas de ar no casco, reduzindo a imersão dos navios na água.

Ainda que o custos de construção sejam mais elevados, estima-se que as economias de combustível devem compensá-los entre 3 a 5 anos. Além da redução da resistência aos ventos, estes navios devem captar a energia solar que será aproveitada. Os seus gigantescos motores devem ser mais eficientes.

Os coreanos e os chineses vêm se aproveitando do iene valorizado para aumentar suas competitividades. A indústria japonesa espera balancear a concorrência através da tecnologia. Mas os coreanos e chineses também estão atentos ao desenvolvimento tecnológico e esperam alcançar os japoneses em poucos anos. Os japoneses, orgulhosos de sua tecnologia, desejam manter a dianteira no desenvolvimento tecnológico da construção naval.

Esta saudável concorrência no Extremo Oriente deve beneficiar o resto do mundo com navios mais eficientes e menos poluentes, começando pelos porta-contêineres, e estes avanços tecnológicos devem se estender para outros tipos de navios, beneficiando economias emergentes que ficam mais distantes dos principais mercados, como o Brasil, que já foi inovador nos complexos sistemas logísticos que incluem navios eficientes de grande porte, em cooperação com os japoneses.



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