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Toyota Anuncia Uso de Componentes Bioplásticos

13 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , ,

Desde a Expo Tsukuba 85, quando o Pavilhão Brasileiro apresentou a tecnologia do então chamado álcool, hoje etanol, e a bioquímica, vem-se insistindo na tendência do plástico de origem petroquímica utilizado nos veículos automotores ser substituído pelos biodegradáveis, ainda de custos mais elevados. Agora, a Toyota anuncia que alguns modelos de luxo, como o seu Lexus CT200h, irão utilizar componentes bioplásticos, começando com os destinados ao porta-malas, como anuncia o jornal japonês Nikkei na edição de hoje (dia 14 de outubro, horário do Japão).

Os antigos componentes de aço foram sendo substituídos pelos plásticos, mas os de origem petroquímica apresentam as dificuldades para serem reciclados ou serem absorvidos pela natureza como lixos. Os bioplásticos apresentam a vantagem de serem biodegradáveis, quando o custo dos lixos no mundo desenvolvido se torna cada vez mais elevado, além de contribuírem para a degradação do meio ambiente.

Bioplástico

O bioplástico será usado na mala do carro de luxo híbrido Lexus CT200h

Entre os bioplásticos, os que utilizam a cana de açúcar vêm se mostrando mais econômicos e resistentes, como comprovados pela Toyota. Isto abre uma ampla perspectiva para países como o Brasil, onde a Braskem já conta com uma planta para a produção comercial. Outros componentes da indústria automobilística podem substituir por tecnologias mais amigáveis ao meio ambiente, que vai se tornando uma moda em todo o mundo.

O Brasil tem tradição e escala na produção de cana de açúcar, que vem apresentando um aumento de produtividade estimado em cerca de 3% ao ano, ao longo de décadas. Na medida em que estes e outros usos do bioplástico degradável ganhem perspectivas, mais produtores deverão entrar no mercado, oferecendo produtos que irão substituindo os poluentes derivados de petróleo, não só como combustíveis, mas como componentes.

Estes componentes foram desenvolvidos pela Toyota Tsuyo, mas as próprias indústrias brasileiras relacionadas ao açúcar e ao etanol podem oferecer muitas novas alternativas, investindo em pesquisas. Os próximos devem ser, segundo a Toyota, os destinados aos bancos e carpetes, pois se provaram resistentes ao calor e de alta durabilidade.

Dia chegará em que peças como parachoques, carroceria e outros que ainda utilizam metais ou plásticos petroquímicos acabarão sendo substituídas pelos bioplásticos. As autoridades brasileiras poderiam investir nestas pesquisas, junto com o setor privado, pois estão na linha do que certamente acontecerá no futuro, que exigirá tecnologias cada vez mais amigas do meio ambiente.



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