Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Viagens dos Jovens Brasileiros

24 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

A jornalista Talita Bernelli publica seu artigo, Excursões ao exterior constrangem pais de alunos, na Folha de S.Paulo, mostrando que muitas escolas promovem viagens dos seus estudantes ao exterior, implicando em custos razoáveis para seus pais. O constrangimento ocorreria na medida em que eles não podem arcar com estas despesas adicionais, criando uma situação de desconforto no relacionamento com seus filhos, e destes com seus colegas.

Não se duvida que tais viagens são sempre boas, pois proporcionam oportunidades para os aprendizados in loco do que é difícil de serem efetivados somente por meio de livros, aulas e mesmo de material audiovisual. Além do convívio com os colegas e orientadores, eles terão suas visões de outras formas de viver, abrindo os seus horizontes. Mas isto está parecendo mais uma lucrativa atividade econômica de agências de turismos, que tiram partido da atual situação cambial do que de atividades educacionais.

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Montagem com fotos de Marcos Corazza Campos e divulgação (Veja Jovens). Catálogo de agência

Pode-se discutir a prioridade destas viagens, pois os estudantes poderiam conhecer antes o seu próprio país, e nem sempre existem programas semelhantes para conhecer a Amazônia, o Nordeste, o Pantanal, o Cerrado, as atividades agropecuárias, as indústrias, as infraestruturas e as minerações de sua pátria. E viagens curtas só permitem conhecer aeroportos e hotéis, não possibilitando um adequado intercâmbio com estudantes de outras localidades, começando pelos colegas brasileiros de outras regiões.

Quanto aos constrangimentos aos pais e responsáveis por estes estudantes, estas viagens deveriam constar das programações anuais e normais destas escolas, e incluídas nos custos das educações regulares. Parece que o intercâmbio com outros estudantes seria mais interessantes, para que os alunos tenham a oportunidade de conhecer realidades diferentes das ricas escolas que eles frequentam.

Conhecerem favelas, mocambos, palafitas, desmatamentos, queimadas, e também projetos importantes de preservação da natureza, as reservas indígenas, do aproveitamento racional de biodiversidade, dos recursos florestais etc. podem proporcionar melhores efeitos educacionais.

A macaquear o que se faz no exterior, parece que as escolas deveriam cultivar a nossa identidade, prestigiar o que se faz de importante para o desenvolvimento deste país que estes estudantes vão herdar.



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