Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Importância das Eleições Norte-Americanas na Ásia

5 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Muitos analistas, em todo o mundo, mostram-se preocupados com os efeitos dos resultados eleitorais nos Estados Unidos, fazendo com que o presidente Barack Obama fique mais fragilizado do que já se encontrava com os resultados pífios que vem conseguindo na reativação da economia daquele país. O FED norte-americano, que é independente do Executivo naquele país, com a injeção de mais US$ 600 bilhões no mercado visando manter a competitividade daquela economia, atrai mais oposições externas, como o que deve sofrer na próxima reunião do G20 na Coreia do Sul, inclusive do presidente brasileiro Lula da Silva, que estará acompanhado da presidenta eleita Dilma Rousseff, diante da guerra cambial que isto estimula.

Perdendo a maioria na Câmara dos Deputados para os republicanos, o presidente Barack Obama não terá condições de aprovar seus projetos, tendo que se submeter às orientações mais protecionistas e conservadoras, relevando responsabilidades dos Estados Unidos na estabilidade mundial, inclusive na Ásia que passa por tensões diante do agigantamento chinês.

congresso norte-americano Barack_Obama

Prédio do Congresso Norte-Americano o presidente Barack Obama

Um artigo dos jornalistas James Hookway e Yayu Yunian, do Wall Street Journal, publicado no jornal japonês Nikkei, expressa a preocupação de muitos asiáticos com esta situação. Hillary Clinton e o próprio Barack Obama, que deve visitar outros países asiáticos aproveitando a viagem para o G20, vinham contrapondo os Estados Unidos ao crescimento do poder da China na região, mas tudo indica que agora terão que concentrar os seus esforços para a política interna.

Um analista de Cingapura afirma que os Estados Unidos devem continuar a fazer frente aos problemas chineses e do mundo árabe, mas os do próprio país devem absorver parte dos esforços. Uma aspiração dos asiáticos era o apoio norte-americano para a formação de uma zona de livre comércio entre os países do sudeste asiático. Outro analista teme que os Estados Unidos não tenham condições para estimular a democratização do Mianmar, quando outros países asiáticos estão dispostos a intensificar o comércio com aquele país, que mantém uma Prêmio Nobel encarcerada por muitos anos.

No mundo árabe, os norte-americanos vinham estimulando países que não são muçulmanos radicais, como os indonésios. Mas, diante do quadro atual, tais medidas acabam parecendo um luxo, pois muitos republicados só se preocupam com os terroristas.

Segundo outro analista, a eleição de Barack Obama, um afro-americano tinha alimentado a esperança de estabelecer uma ponte com os islâmicos, mas agora a sua derrota pode gerar frustrações.

Os resultados eleitorais nos Estados Unidos acabam provocando efeitos como os descritos, nos mais variados ângulos da política internacional.



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