Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tecnologia Para o Pré-Sal

28 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , | 2 Comentários »

Um importante artigo publicado pelos jornalistas Cláudia Schuffner e Francisco Góes, no Valor Econômico de hoje, informa sobre a verdadeira revolução tecnológica na qual está se engajando a Petrobras para a exploração em águas profundas da camada do pré-sal. Os atuais equipamentos que utilizam plataformas flutuantes serão transferidos para uma verdadeira cidade submersa onde os principais equipamentos estarão localizados, e funcionarão comandados à distância ou de forma automática.

Para o desenvolvimento destas tecnologias está se instalando um verdadeiro Vale do Silício na Ilha do Fundão, na área da UFRJ, com a cooperação de universidades, Petrobras e empresas fornecedoras, segundo Segen Estefan, diretor de tecnologia e inovação da Coppead, instituto de pesquisa em administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

images plataforma-petrobras

UFRJ na Ilha do Fundão. Plataforma da Petrobras

Segundo o artigo, empresas como a GE, Schumberger, FMC, Baker Hughes, Usiminas, Hallburton e TenarisConfab já anunciaram a instalação de centros de pesquisa neste parque tecnológico. A questão que se coloca para todos é como efetuar a produção de forma mais eficiente e menos custosa, num ambiente hostil como o do pré-sal.

Muitos equipamentos, que começam a ser instalado no primeiro trimestre de 2011, já ficarão a cerca de 300 a 400 quilômetros do litoral, a profundidade de mais de 2.000 metros. O que hoje é efetuado em plataformas passará para uma cidade submersa, com equipamentos, robôs, geração de energia, depósitos dos materiais extraídos, movidos à distância, monitorados em terceira dimensão.

Tudo vai exigir uma nova inteligência do petróleo que será gerado neste centro instalado na Ilha do Fundão. Os desafios são enormes, mas já estão traçadas as diretrizes principais dos trabalhos a serem desenvolvidos.

O Valor Econômico coloca todo este conjunto de informações em quatro artigos principais. Na capa, aparece “Petrobras ensaia revolução tecnológica para o pré-sal”, e na página A16, numa seção Especial, Tecnologia – Distância torna grandes plataformas inviáveis, por isso elas devem ser substituídas no futuro, onde aparecem três importantes artigos, “Petrobras terá operação submersa no pré-sal”, “Rio reúne ‘inteligência’ do petróleo” e “Produção será monitorada por 3D”. Este conjunto deve ser estudado por todos que se interessam pelas inovações tecnológicas.


2 Comentários para “Tecnologia Para o Pré-Sal”

  1. Jose Comessu
    1  escreveu às 23:48 em 13 de fevereiro de 2011:

    Falando em Petrobras, coloquei um post sobre os balanços da refinaria Nansei Sekiyu .

    O que o senhor acha dos números.?
    http://blogdadilma.blog.br/2011/02/a-refinaria-da

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 19:01 em 14 de fevereiro de 2011:

    Caro Jose Comessu,

    Dei uma olhada rapida no seu pequenascousas.com sobre o caso da Nansei Sekiyu. Acredito que o objetivo da Petrobrás era aproveitar o petroleo pesado, misturando com etanol ou outros biocombustíveis, visando mercados asiáticos, com uma visão estratégica. Todos sabiam que esta refinaria estava numa situação difícil, do contrário os japoneses não estariam vendendo.

    O quadro internacional com relação aos combustíveis está se alterando, com o barril do petróleo próximo dos US$ 100, tendendo a voltar um pouco com o equacionamento temporário do Egito. Mas outros países árabes estão enfrentando problemas. Acredito que a Petrobrás vai continuar atraindo investidores e fornecedores asiáticos para seus projetos, como o do pré-sal. Existem muitos problemas que estão se agravando, como por exemplo com o aumento dos investimentos militares na Ásia, do Oceano Índico e parte do Pacífico.

    O quadro é de grande complexidade e nem todos os analistas estão concordes com as tendências futuras. Sempre haverá projetos interessantes, como haverá alguns fracassos, mas tenho a impressão que todos os problemas estão estimulando pesquisas em tecnologia e desenvolvimento, inclusive na área militar. Muitos investimentos estratégicos estão sendo efetuados, nem sempre visando retornos econômicos.

    Paulo Yokota


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