Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Visita do Premier Chinês à Índia

14 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Uma visita do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao acompanhado de 400 empresários à Índia deveria ser considerada um fato mais que natural, pois são dois vizinhos emergentes que possuem um significativo intercâmbio comercial. Têm seus problemas de fronteira e suas importâncias mundiais e devem ter uma ampla pauta para conversarem, o que seria útil para todos. No entanto, um artigo publicado pelos jornalistas Jeremy Page e Tom Wright, do Wall Street Journal, publicado no Valor Econômico, lista muitos riscos temendo o avanço da China sobre a Ásia. Até porque a Índia, visitada por outros importantes dirigentes ocidentais, lhes proporcionaram resultados muito brilhantes.

Estes dois países continuam sendo visitados pelos dirigentes de muitos outros, que reconhecem a importância que têm no mundo. Estão crescendo a taxas elevadas e são mercados potenciais importantes. Certamente incomodam outras potências que observam a redução de sua presença na Ásia, tanto pelas suas dificuldades econômicas como a incapacidade de continuar a ser o garantidor da segurança mundial, que passou a depender de um grande número de países, inclusive o Brasil.

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A Índia e a China possuem uma extensa fronteira em comum

A China e a Índia são países independentes que sabem cuidar dos seus interesses, possuindo todas as condições para tanto. Possuem relacionamentos diversificados no mundo, bem como seus problemas internos de incorporação de grandes massas de população no mercado, proporcionando-lhes condições aceitáveis de qualidade de vida. São consideradas potências que nas próximas décadas devem disputar a liderança econômica mundial, contando com populações que superam a casa dos bilhões de habitantes. Suas políticas externas são claras e procuram tirar o máximo beneficio de suas dimensões, com todo o poder que possuem.

Ninguém duvida que possuam muitos problemas recíprocos, bem como muitas potencialidades nos seus intercâmbios bilaterais. Somente estes dois países juntos representam quase quarenta por cento do mundo, tanto populacional como economicamente, quanto considerado pelo poder de paridade de compra.

Com a sua expansão acelerada, assustam o resto do mundo, mas não parece necessário que se fique cogitando de riscos imaginários quando decidem que terão a sua importância, principalmente nas suas áreas de maior influência, como na Ásia. O que parece necessário é tirar lições destes intercâmbios, e se possível também participar dos seus benefícios. Países como o Brasil necessitam aumentar a sua presença naquela parte do mundo, que continua crescendo de forma dinâmica, e aprender com o que fazem.

Mesmo o mundo chamado industrializado, que continua com um crescimento mais modesto, necessita absorver melhor os dinamismos que decorrem dos seus relacionamentos bilaterais. Riscos sempre existem, mas não dá para ficar imaginando fantasmas. Uma atitude mais inteligente é estudar estratégias para tirar o proveito possível da sinergia que vai nascer deste intercâmbio, sem se restringir ao medo paralisante do crescimento dos outros. O desconhecimento sempre gera receios, a ampliação do conhecimento permite identificar algumas oportunidades.



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