Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Visitas Outonais em Tóquio

2 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , ,

Nos países de clima temperado, o outono costuma ser aproveitado para muitas e ricas atividades culturais, e Kit Nagamura escreve no The Japan Times algumas dicas fáceis de serem aproveitadas, nos chamados backstreets, ou seja, lugares menos conhecidos. Ela descreve Hakusan, servido pela estação de metropolitano do mesmo nome, região do parque botânico de Koishikawa, ou Koishikawa Shokubutsuen, que fica extremamente atrativo nesta época do ano, com seus coloridos outonais. Muitos preferem o outono à primavera, por expressar mais a alma japonesa.

Jardim Botânico de Koishikawa - foto de Kit Nagamura

Jardim Botânico de Koishikawa, com sua várias matizes outonais

A primeira dica dela é um Origami House, onde obras-primas de dobradura de papel de todo o mundo, junto com livros e tudo que ser refere a esta arte, são apresentadas ao público há mais de 21 anos. Tudo é cuidado por Makoto Yamaguchi, autor de muitos livros sobre o assunto e editor chefe de uma revista especializada.

Arcanjo Gabriel em origami copy

Arcanjo Gabriel em origami

Na região há também estabelecimentos que apresentam o que vem de bom do exterior, como um simpático Italian Bar Milan, onde são apresentados conjuntos de azeitonas de vários tipos, com diferentes temperos, que podem servir como aperitivos, com odores diferenciados, para acompanharem uma boa bebida. Mostram a riqueza da integração cultural que se observa no Japão atual.

É possível apreciar o Hakusan Shrine, um templo de 1655, com as folhas outonais que são apreciadas no Japão. Estes simples templos são abundantes em todo o Japão, cada um deles merecendo um cuidadoso exame, pois apresentam características próprias, mostrando a riqueza cultural deixada pelas diversas religiões que convivem harmonicamente naquele país.

Para aqueles que apreciam as delicadezas japonesas, não poderia faltar uma visita a Matsuemon, uma loja especializada em doces japoneses tradicionais, chamados wagashi. Eles são suaves, recebendo contribuições de doces ocidentais, mas com menos açúcar ou gordura, ótimos para acompanharem um green tea, daqueles que são utilizados nas cerimônias de chá, que surgem como agradáveis ingredientes em muitos produtos, dando o seu toque amargo e marcante. O contraste é o forte da boa pâtisserie japonesa, que conseguiu aperfeiçoar o que apreenderam dos franceses, austríacos e outros europeus, mais leves no geral. O forte dessa casa é um tipo de doce “omelette” como uma mousse esponjosa com cremes e salpicados de tipos de frutas secas, assemelhados de nozes. Só de imaginar dá água na boca.

Evidentemente, o ponto central é o jardim botânico, que apresenta espécies variadas, sendo parte do museu da Universidade de Tóquio, com espécies exóticas do próprio Japão. A sua construção é o grego combinado com o budismo, de 1874, mostrando parte da integração cultural daquele país. Além da parte botânica, o museu tem uma ampla coleção de objetos vindos de diversas partes do mundo.

Para finalizar o passeio, a jornalista pediu a indicação de um local para uma ligeira refeição e andando dois minutos encontrou uma surpresa inesperada. Um pequeno restaurante russo, Sonia, onde a proprietária é neta de uma japonesa que viveu na Rússia, depois de fugir da China. Ela pode apreciar uma piroshkis de beterraba, num cozido de carne borsht, com receitas vindas daquele país, que lhe deu a sensação de sonhar como estivesse com o Dr. Zhivago.

Estes tipos de integração da cultura japonesa com contribuições do Ocidente enriquecem metrópoles como Tóquio, mostrando que vão além do que é somente da cultura japonesa.



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