Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Atuação da China Incorporation Apoiam Hu Jintao

24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

Toda a imprensa mundial tem sido profícua na divulgação de matérias relacionadas com os intercâmbios sino-americanos, procurando não se destacar os entrechoques que estão nos seus bastidores. Os chineses procuram fazer o seu public relations mostrando que estão incrementando as importações de produtos norte-americanos em dezenas de bilhões de dólares, mas elas estão concentradas naquelas que necessitam para manter a sua estabilidade, principalmente assegurando o seu abastecimento de alimentos. Ao lado da visita do presidente Hu Jintao a Chicago, as corporações estatais chinesas adquiriram volumes espantosos de soja norte-americana para entregas em 2011 e 2012, cuja Bolsa daquela cidade é a principal na cotação deste produto.

Todos sabem que a China enfrenta problemas de pressões inflacionárias com aumento dos preços dos alimentos e de algumas matérias primas, em parte como decorrência das irregularidades climáticas. Isto favorece não só os Estados Unidos como outros fornecedores destes produtos, como o Brasil. Não se trata de nenhum favorecimento aos norte-americanos, mas o estrito atendimento da necessidade dos chineses, que no máximo, está sendo antecipado aproveitando a viagem de Hu Jintao.

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Colheita de soja no cerrado brasileiro

Apesar de desejável, não se pode esperar que a China venha a alterar a sua política em função das pressões norte-americanas. Os interesses da GE – a maior fornecedora mundial de turbinas para os grandes aviões também coincidem com as necessidades chinesas destes aparelhos, tanto para atender passageiros do próprio país como os tráfegos externos que crescerão substancialmente no futuro.

A China, para continuar mantendo o seu elevado crescimento econômico das últimas décadas, continuará necessitando importar produtos de alta tecnologia do exterior, e uma parte dos mesmos será adquirido nos Estados Unidos. É até possível que as cifras de dezenas de bilhões de dólares adicionais venham a ser superadas.

E os fornecedores norte-americanos, mesmo com o risco de tais tecnologias serem adaptadas pelos chineses, não podem se limitar diante da atual demanda existente. O que esperam é manter a vanguarda das pesquisas tecnológicas, mesmo reconhecendo que a China está se empenhando nos investimentos relacionados, surpreendendo o mundo com a velocidade de absorção de tecnologias e aperfeiçoamento das mesmas.

A esperança que este processo continue ocorrendo dentro de uma cooperação internacional é tentar ignorar o que está acontecendo. Deve-se reconhecer que está havendo uma concorrência acirrada, e em alguns segmentos, como o de trens rápidos, se os norte-americanos não cooperarem correm o risco de serem ultrapassados atém nos seus próprios projetos.

Até nos projetos que envolvem aspectos de segurança nacional, torna-se difícil controlá-los quando existe um elevado nível de terceirização dos serviços, como ocorreram com os projetos da usinas atômicas, muitos fornecidos pelos japoneses.



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