Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ideias que Influenciam a Nova Índia

17 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , ,

Anand-Giridharadas Nunca é fácil identificar os pontos fundamentais que estão marcando as mudanças que ocorrem em importantes e complexos países como a Índia, que, além de contar com culturas diversificadas e milenares, tem mais de um bilhão de habitantes. Anand Giridharadas, colunista de importantes jornais norte-americanos e autor do livro “India Calling: An Intimate Portrait of a Nation’s Remarking”, publicado recentemente pelo Times Book, apresentou um artigo precioso no jornal New York Times que merece toda a nossa atenção. Ele está baseado em Cambridge, Massachusetts.

Anand Giridharadas informa que a Índia tem mais que uma data de nascimento. Um, em 1947, quando Jawaharlal Nehru, como consequência da campanha desenvolvida por Mahatma Gandhi, proclamou o fim do domínio britânico sobre aquele país. Mas foi em 1991 que a Índia começou a abrir suas portas para o mundo, traçando a forma atual deste emergente país asiático, com história e cultura milenares.

Apesar de sua longa civilização, parece um país jovem de 20 anos. O autor pergunta quem é a Índia? Segundo o autor, o seu caráter está ficando mais claro na medida em que é submetido a profundos exames. Ele destaca, com sua experiência de viagens reportando o país, que cinco ideias podem expressar a nova Índia, ao largo de um conjunto mais amplo de caracteres.

O problema das classes que é encontrado em qualquer país, mas na Índia o antigo sistema de castas era intrínseco, eterno e hereditário. Os criados e atendentes são exagerados nos seus obséquios quando servem. Um crescente grupo de jovens indianos encara o problema como uma situação transitória e não mais eterna.

O problema da família ou do clã, onde a cama na tradição indiana era mais que para dormir. Era o centro da comunidade tanto para as refeições, planejamento dos casamentos, assistir à televisão e muitas outras atividades. Entre os jovens, ainda que se sintam parte do clã, é crescente a identidade individual nos dias recentes.

Eles continuam com fé na família, mas como suporte para atingir os seus próprios sonhos. As culpas e sacrifícios atingiam toda a família tradicionalmente. Mas estão encarando a felicidade de todos como mais fácil de atingir cada um cuidando de si, do que os outros interferindo na vida deles.

O inglês está sendo considerado ultrapassado. Apesar de se encontrar por todo o país referências em inglês, e os indianos sejam apaixonados em estudar inglês, as novas elites de pele escura desejam ocupar os lugares deixados pelos britânicos. Nestas duas últimas décadas, eles se sentem menos desconfortáveis sendo hindus. Seus acentos, gestos e comportamentos são híbridos do hindu-inglês e estão sentindo o orgulho de serem hindus.

O plástico está substituindo o ouro. O ouro representava a solidez e a segurança. Nestes dias, estão sendo substituídos pelos cartões de crédito, não somente nos aspectos financeiros, como simbolizam os ganhos futuros, sendo o refinamento do presente.

A modernidade serve melhor a tradição. Pode parecer que a modernidade indiana dos últimos 20 anos pareça caótica e lenta. Há, no entanto, um modelo de movimento para o futuro, com mudanças consideradas inevitáveis. O modelo indiano está mostrando que o moderno é compatível com o tradicional. Está emergindo uma espécie de modernidade, em que há tempo para as ligações pelos computadores e tempo para arranjar casamentos, tempo para pertencer a uma grande tribo e tempo para a solidão e para si próprio.



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