Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Infinitesimal, Mas na Direção Correta

24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Apesar do Brasil tratar-se de um país que conta com uma quantidade relativa de mão de obra que necessita de emprego, que tem escassez de capital e de tecnologia, adotaram-se encargos no passado que sobrecarregam a folha de pagamentos, induzindo a redução da sua utilização. Desde a época da criação da Sudene, os incentivos fiscais foram para a utilização de equipamentos, acreditando-se que isto facilitaria a capitalização, o que provocou a instalação de fábricas automatizadas no Nordeste, que não estimulavam atividades empregadoras de mão de obra, abundante naquela região.

Agora, o governo Dilma Rousseff, de forma correta, inicia um processo de redução de encargos sobre a folha de pagamentos, ainda que de forma cautelosa. Seria primeira medida de política econômica visando um resultado de longo prazo. Os críticos contumazes apressam-se a preverem a criação de novos impostos para fazer face à redução da receita da previdência. Eles esquecem-se que já houve casos de redução de tributos que provocaram aumento da arrecadação, pois a população tem em mente um máximo de tributação, a partir da qual aumenta a tendência ao uso de mecanismos de sonegação.

Foto Oficial Presidenta Dilma Rousseff.  Foto: Roberto Stuckert Filho.

Presidente Dilma Rousseff, em foto de Roberto Stuckert Filho

Certamente, um dos grandes desafios a ser enfrentado pelo país é a criação de empregos de qualidade para todos que chegam ao mercado, com carteira profissional assinada, nos próximos anos. Não se pode inchar o governo e as estatais com empregos, mas procurar uma eficiência maior no emprego, como já vem sendo perseguido com a ajuda do empresário Jorge Gerdau. Há que se concentrar os recursos tributários arrecadados nos investimentos.

A economia brasileira está sendo beneficiada por uma conjuntura internacional que determina bons preços para os produtos agropecuários e minerais que são exportados. Mas não se pode contar com esse vento a favor de forma permanente e devem ser constantes as pesquisas para aumentar a eficiência de outras atividades, que incorporem novas tecnologias. Podemos exportar produtos que agreguem mais mão de obra com maior grau de industrialização. Os concorrentes asiáticos estão fazendo esforços expressivos, e economias desenvolvidas estão reagindo procurando sair das suas dificuldades com inovações.

O Brasil conta com uma mão de obra ativa, capaz de adaptar-se aos estímulos que são concedidos. Em vez da prioridade na exportação de minérios, devemos procurar exportar produtos mais elaborados, pois temos todas as condições para fazê-lo, com parte do apoio do mercado interno. Também nos produtos agropecuários estão aumentando os graus de elaboração, tudo para incorporar mais trabalhos dos brasileiros.

Tanto o sistema tributário como os previdenciários deve ajudar neste processo, pois todos os povos no mundo estão disputando empregos da melhor qualidade. As iniciativas tomadas devem ser aplaudidas, e intensificadas, pois são demonstrações que aspectos estratégicos de longo prazo também estão sendo objetos de atenção do governo.



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