Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ação Coordenada do Brasil com os Estados Unidos

8 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , , ,

images Os contatos entre as autoridades máximas dos dois maiores países das Américas sempre são importantes, principalmente quando os Estados Unidos iniciam a sua recuperação econômica e o Brasil pretende continuar mantendo um crescimento significativo como país emergente. Nem tudo são flores nos relacionamentos destes dois países, mas existem problemas comuns, sendo útil que suas ações sejam coordenadas no plano internacional. No entanto, para os que só dispõem de informações veiculadas pela imprensa, fica-se com a impressão que ainda falta uma idéia força capaz de promover uma maior aglutinação dos interesses comuns.

Na rápida visita preparatória do secretário do Tesouro Norte-americano Timothy Geithner fica claro que a pauta bilateral deve se concentrar nos assuntos econômicos, ainda que existam outros assuntos sensíveis do ponto de vista da política internacional. Pelo que afirmou publicamente o secretário, ambos os países têm o interesse que o câmbio chinês acelere a sua valorização, e até parecendo uma ação coordenada, o governo da China elevou a sua taxa de juros.

Numa das entrevistas concedidas por ele, surgiu até a incômoda pergunta sobre as medidas norte-americanas que adicionaram US$ 600 bilhões no mercado internacional, provocando a desvalorização do dólar, acabando por provocar também no Brasil algo semelhante com o que o yuan vem produzindo na economia brasileira. No fundo, todos os países defendem seus interesses e os brasileiros necessitam tomar as medidas para defesa dos seus, seja com os chineses, norte-americanos ou outros povos.

Ainda que muitos assuntos separem os dois países, existem interesses comuns que são substanciais, e o longo período em que nem sempre se marcharam juntos exige um grande esforço para transmitir aos parceiros que algo está mudando, principalmente para as opiniões públicas dos dois países.

Todos os analistas responsáveis sabem que os executivos de ambos os países não contam com total liberdade para fazerem o que gostariam. Eles estão limitados pelos poderes partilhados em ambas as democracias, além do quadro atual não ser de abundância de recursos, pelo contrário.

Mas os gestos também são importantes. Barack Obama confirmou a sua visita como das primeiras a ser recebida pela nova administração Dilma Rousseff, e oportunidades se repetirão em eventos internacionais onde os contatos diretores serão intensificados. Reconhece-se também que a nova administração, ainda que seja de continuidade da anterior, tem estilos diferentes, com algumas posições mais pensadas, que dependem menos do carisma que caracterizou o mandatário máximo anterior do Brasil.

De qualquer forma, seria desejável que houvesse uma ideia força, capaz de ser facilmente compreendida por todos, marcando uma nova face dos intercâmbios bilaterais, algo que mostrasse que existe realmente um turning point, um ponto de inflexão nos relacionamentos bilaterais.



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