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Arte do “Kiriê” Ganha Revival no Japão

11 de fevereiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura, Depoimentos | Tags: , , , | 2 Comentários »

A arte em papel veio da China, entre elas kiriê, kirigami e origami. Técnica sutil e delicada, o kiriê requer muita paciência e concentração: corta-se o papel com estilete, seguindo desenhos de flores, animais, paisagens. Origami é dobradura em papel, bastante conhecido no Brasil pelos “mil tsurus (grous)” da saúde e da prosperidade. Kirigami é um misto de dobradura e recorte, com tesoura (em japonês, kiri=cortar; e=desenho; gami=papel; ori=dobrar).

Na China, o kiriê era praticado pelo menos desde o VI século D.C. Eram feitos para se dar de presente almejando bons votos, ou para fins decorativos. Geralmente, usava-se papel de cor vermelha, com ênfase em motivos simbolizando animais do zodíaco chinês. No Japão, introduzido por monges budistas, desenvolveu-se um estilo peculiar e único, surgiram muitos artistas que inovaram as artes em papel. Geralmente, vaza-se o desenho em papel branco ou preto, e o recorte é montado em folha de papel cartão; pode-se colocar papel de diferentes cores, de entremeio – o resultado é surpreendente.

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Kiriê de Hina Aoyama, que mora na França

A jornalista Miho Gatayama, do The Nikkey Weekly, fala sobre artistas do kiriê contemporâneo que estão revitalizando essa arte no Japão, fazendo gente se apaixonar. Uma delas é Hina Aoyama. Residente na França, ela é frequentemente convidada para expor seus trabalhos e dar aulas de kiriê no Japão. A última, num café de Kobe, atraiu multidão de entusiastas. Kits para kiriê (papel, estilete, desenhos, manual) estão sendo muito procurados em lojas de artesanato japoneses. Os trabalhos de Aoyama são sofisticadíssimos, chamados “lacey kirie” – kiriê rendado – delicados recortes que mais parecem filigranas rendadas, e não papel. As obras de Tomomi Inoda, outra vanguardista do kiriê, são muito ousadas, com bastante colorido em linhas modernistas. Ela usa papel com superfície em desnível, que dá efeito dinâmico, único. Ms. Inoda dá aulas regulares em centros culturais de Tóquio, para principiantes e avançados.

Na cidade de São Paulo, a professora Mari Kanegae já era especialista em origami quando foi atraída para uma exposição de kiriê do artista Masayuki Miyata, no MASP, em abril de 1975. Coordenado pelo professor Pietro Maria Bardi, foi praticamente a primeira vez que São Paulo conheceu essa arte. Mari se apaixonou pelo kiriê: foi ao Japão entre 1984/85, onde frequentou cursos e workshops, e pesquisou sobre kiriê. Segundo ela, a característica principal do kiriê é que ele dá nitidez e sobressalência ao desenho. Um único desenho feito no papel, quando recortado pelo método do kiriê resulta em até quatro desenhos, conforme as diferentes perspectivas de verso e reverso. Reproduções de desenhos de kiriê são muito utilizadas para ilustrações (capas de livro, cartões, catálogos, convites). É um trabalho que não exige material caro, nem demasiada complexidade: basta paciência, concentração e vontade de produzir algo belo. Muito zen e delicadíssima, a professora Mari Kanegae explica e ensina tudo sobre kiriê e origami nos seguintes locais:

Aliança Cultural Brasil-Japão – Rua Vergueiro, 727, 4º andar, Metrô Vergueiro.

Ateliê Kamiarte – Rua Guaraú, 64, sala 4, Metrô Praça da Árvore. [email protected]


2 Comentários para “Arte do “Kiriê” Ganha Revival no Japão”

  1. Gil Cunha
    1  escreveu às 15:55 em 17 de março de 2011:

    Tenho trabalhos realizados na técnica do kiriê. Caso queiram conhecer, entre em contato no meu e-mail:[email protected]

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:04 em 17 de março de 2011:

    Caro Gil Cunha,

    Parabens.

    Paulo Yokota


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