Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Crescimento das Economias Asiáticas Continua

22 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: , , | 2 Comentários »

Uma série de estudos efetuados mais profundamente mostra que a Ásia continuará crescendo, apesar dos recentes problemas japoneses, com transformações que já vinham ocorrendo na última década. Uma entrevista concedida pelo presidente do ADB – Asian Development Bank, Haruhiko Kuroda, ao jornal econômico japonês Nikkei foi publicado no dia 21 de abril do Japão. Também o Financial Times publicou no último dia 20 um interessante artigo da jornalista Valentina Romei mostrando que profundas transformações vêm ocorrendo na cadeia de suprimento asiático entre os anos 2000 e 2009, fazendo com que os emergentes asiáticos já venham substituindo os fornecimentos japonês de componentes industriais, que pode se acelerar agora.

O ADB estima que os países emergentes da Ásia devam crescer 7,8% neste ano, e 7,7% em 2012, que são números elevados, e até o Japão desenvolvido voltará a recuperar-se a partir de julho ou depois, certamente entre julho e setembro, devido a demanda decorrente da reconstrução, segundo Haruhiko Kuroda.

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Haruhiko Kuroda, presidente da ADB

O ADB estima que a China e a Índia continuem a liderar o crescimento asiático, mas também os países do Grupo conhecido como ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático continuarão com um crescimento sustentado. O problema imediato destes países são as tendências inflacionárias com os aumentos dos preços dos alimentos e do petróleo, como vem ocorrendo no Brasil. Trata-se, portanto, de um problema universal.

Na próxima reunião do ADB, que ocorrerá no início de maio próximo, o tópico principal será o do fornecimento energético, depois do que ocorreu no Japão. Certamente, haverá um incremento dos investimentos nas gerações de energias solares, termais e eólicas substituindo parte da energia nuclear.

O Financial Times informa que já vinha ocorrendo uma substituição do fornecimento dos japoneses de componentes industriais, tanto pela China como de outros pequenos países asiáticos. A China está se consolidando como uma montadora de produtos que utilizam componentes fornecidos também por outros países, sendo que o crescimento mais expressivo vem ocorrendo no Vietnã, ainda que seu volume não seja o mais elevado.

Há que se ponderar, no entanto, que muitos destes componentes são produzidos nestes países que ainda apresentam custos de mão de obra reduzidos por empresas de origem nos países desenvolvidos, onde o Japão ocupa destaque quando se refere à Ásia.

Também começam a ocorrer alterações nas estruturas industriais destes países asiáticos emergentes que passam a fornecer inclusive equipamentos industriais mais complexos.


2 Comentários para “Crescimento das Economias Asiáticas Continua”

  1. Tiago
    1  escreveu às 09:54 em 25 de abril de 2011:

    Sr° Paulo Yokota,
    A meu ver, é difícil competir com as empresas chinesas, pois além do yuan subvalorizado e salários baixos dos trabalhadores elas são em sua maioria estatais.

    Pelo visto, tem empresas estatais desde produção de parafusos até atualmente de aviões. Assim fica fácil, elas recebem dinheiro do próprio Estado, e possivelmente profissionais militares na área aeroespacial pra transferir tecnologia.

    Não sei como a OMC deixa isto acontecer. Que tal todos os países fizessem o mesmo? Não existiria competição global.Ela é realmente livre mercado?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 10:16 em 25 de abril de 2011:

    Caro Tiago,

    Isto não ocorre somente com a China, muitos países contam com estatais que normalmente são pouco eficientes.

    O Brasil ainda não reconheceu a China como economia de mercado, mas qualquer retaliação de outros países compromete o futuro das relações com aquele país, que continua ganhando importância mundial. O que pode ser feito é tomar medidas semelhantes, como o estabelecimento de Zonas Especiais de Produção, e o Brasil tem legislação para tanto, inclusive a Zona Franca de Manaus, como também existem em outros países. Mas, pelo visto existem dificuldades políticas para o seu uso mais intensivo.

    Os problemas são nossos e de outros países, não da China.

    Paulo Yokota


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