Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Escassez de Energia Elétrica e Soluções Criativas

18 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias, Tecnologia | Tags: , | 6 Comentários »

Um artigo no Financial Times escrito por Leslie Hook informa que a China está passando por uma forte restrição no fornecimento de energia elétrica, que já vinha ocorrendo no passado, mas está se acentuando com a proximidade do verão local. Os preços dos produtos alternativos de geração de energia, como o carvão mineral e o diesel, estão acusando fortes aumentos, e como os preços da energia são controlado naquele país acabam ocorrendo racionamentos. De forma similar, o Nikkei informa que, com os problemas nas usinas nucleares do Japão, as restrições estão se tornando importantes, exigindo das empresas e dos consumidores formas de superar as limitações.

Na China, antes das datas previstas para os usuais cortes do verão, as províncias de Hunan, Zhejiang, Juangsu e Anhui, ao lado de Xangai e Chogquing, já iniciaram os racionamentos de energia elétrica. Eles já vinham alertando sobre esta possibilidade por semanas, informando que serão mais severas este ano. Xue Jing, do Conselho de Eletricidade da China, informou a mídia estatal que a falta de energia elétrica será a mais severa desde 2004.

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Engenheiro da IHI inspeciona um gerador na Prefeitura de Chiba

Na China, durante o inverno as chuvas não foram abundantes, reduzindo a capacidade das hidrelétricas. As fontes alternativas estão apresentando custos elevados, e está se utilizando geradores a diesel, mas os preços deste combustível também estão se elevando, podendo chegar a US$ 130 por barril, quando atualmente está em US$ 110.

No Japão, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, diante dos desafios que se apresentam, novos empreendimentos vêm sendo desenvolvidos. A mudança da estrutura industrial pode ajudar a manter os empregos locais e preservar a competitividade global das empresas.

Estão procurando atividades que economizam energia, cujos custos sempre foram elevados no Japão. Pequenos esquemas que utilizam tecnologia digital permitem distribuir a energia de forma eficiente, e todos os mecanismos para economia de energia estão sendo acionados.

Companhias de seguro, como a Daí-ichi Life, estarão usando a partir de junho sistemas que cobrem 100 estruturas que consumem muita energia. Controlando os edifícios em tempo real, quando se atinge um determinado nível de consumo, o suprimento é interrompido na forma que for necessária. Por exemplo, os computadores podem continuar funcionando, mas os aparelhos de ar condicionado são desligados.

Na empresa Alter Buildings, utiliza-se a tecnologia inteligente oferecendo uma solução não convencional de economia de energia. A IHI está recebendo encomendas de geradores a gás que originalmente estavam sendo utilizados em aeroplanos.

O Japão está preparado para exportar tecnologias que economizam energia em muitos setores, como siderúrgicos, químicos, automobilística e eletrônica, que foram obrigados a cortar a produção interna por insuficiência do fornecimento de energia. A Toyota, por exemplo, está usando baterias elétricas para alimentar os celulares. A Panasonic está ajudando a economizar energia nas residências, eliminando conversões que implicam em perdas.

Portanto, toda a sorte de alternativas está sendo explorada para provocar um substancial aumento da economia de energia que vai acabar beneficiando todo o mundo.


6 Comentários para “Escassez de Energia Elétrica e Soluções Criativas”

  1. Lucas Capez
    1  escreveu às 19:10 em 18 de maio de 2011:

    Ao ler este excelente texto, pensei no seguinte: que ninguém duvide da capacidade e inteligência dos japoneses para superar crises. O Japão será, em breve, notícia com as suas novas tecnologias, desenvolvidas neste delicado período.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 23:58 em 18 de maio de 2011:

    Caro Lucas Capez,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  3. Jose Comessu
    3  escreveu às 22:17 em 20 de maio de 2011:

    O Lucas tem razao.
    Segundo o Japan Times, o Japāo pretende construir um porto flutuante na Indonesia para escoar a produção de carvāo.
    Indonesia, Japan eye ¥100 billion floating dock for coal transfers http://ow.ly/4ZluX

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 09:13 em 21 de maio de 2011:

    Caro Jose Comessu,

    Obrigado pelo comentário. Infelizmente, tanto o carvão mineral como outras fontes de energia costumam exigir grandes investimentos para evitar a poluição. A tendência é a de elevação do custo de energia, pois havendo mais restrições para o uso da energia nuclear, mesmo os solares, eólicos e outras fontes terão custos maiores. Mas o desenvolvimento terá que ser sustentado, com respeito ao meio ambiente e os que têm origem no petróleo continuarão ser dominantes na matrix energética, infelizmente. O que está se descobrindo é que o fundo do mar sempre vazou um pouco de petróleo, e a fauna como a vegetação do mar profundo consome estes produtos, tanto que os vazamentos ocorridos no Golfo do México já foram eleminados por elas.

    Paulo Yokota

  5. Afonso Ritchielle Martins de Barros
    5  escreveu às 22:24 em 22 de maio de 2011:

    Infelizmente o Japão vai, novamente, migrar para fontes de energéticas mais poluentes, visto que depois dessa catástrofe ocorrida com a energia nuclear. E o carvão vai com certeza ser umas dessas fontes pelo menos a curto prazo. Rezemos para que venham comprar o nosso Etanol, já que virá dividas ao nosso país e também ajudará o meio ambiente.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 08:32 em 23 de maio de 2011:

    Caro Afonso Ritchielle,

    Obrigado pelo seus comentários, e realmente não só o Japão como muitos paises tendem a utilizar uma matrix energética mais poluente. Acredito que V. desejava expressar a possibilidade do Brasil conseguir divisas com a exportação de etanol. Lamentavelmente, não estamos conseguindo produzir etanol suficiente para o nosso abastecimento e estamos importando parte dos Estados Unidos. O etanol para ter credibilidade no mercado internacional necessita transformar-se em commodity contando com muitos países produtores e consumidores, mas estamos ainda muito longe disto. Na matrix energética projetada para os próximos anos, em todo o mundo, infelizmente, estas fontes não poluentes ainda são pouco significantes.

    Paulo Yokota


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