Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mais Informações Sobre Metais Raros no Japão

16 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 10 Comentários »

As informações mais detalhadas publicadas pelo importante jornal japonês Asahi noticiam que foram confirmadas volumosas reservas de minérios raros no fundo do mar. As reservas chegam a ser estimadas em 900.000 toneladas, estando a 200 metros de profundidade no oceano, com cinco metros de diâmetro, espalhando-se por um círculo de 1,5 quilômetros. Utilizando-se o raio X, estimou-se em cerca de 6% de conteúdo de antimônio, um material estratégico. Como o volume de uso deste produto no ano passado foi de 5.000 toneladas, 95% importado da China, chegou-se a estimativa que pode suprir o Japão por 180 anos, mesmo com as restrições de fornecimento dos chineses.

Este material é utilizado para dificultar a combustão, bem como na produção de semicondutores. Ele é extremamente estratégico na alta tecnologia, estando incluído entre as chamadas terras raras. No entanto, trata-se de um material altamente tóxico comparável ao arsênico, não se dispondo ainda de tecnologia para a sua exploração no fundo do mar. Quem está trabalhando no assunto é o professor Toshirou Yamanaka, de Okayama, e os resultados das pesquisas devem ser relatados em outubro próximo em Chiba, na reunião da União de Geociência do Japão.

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Pedras contendo antimônio coletadas no fundo do mar na baía de Kagoshima. Professor Toshirou Yamanaka

Estes trabalhos preliminares são do conhecimento da JamstecJapan Agency for Marine-Earth Science and Technology (Agência Japonesa para Ciência e Tecnologia de Terra Marinha) desde 2008 e veio sendo aprofundado até o momento. Os riscos de sua exploração é que podem contaminar a flora e a fauna marinha.

Estes depósitos foram encontrados próximos ao vulcão Wakamiko, e estas formações costumam apresentar uma espécie de chaminés, que costumam ser ricos em minerais. No caso brasileiro, a complexa formação de Carajás é, certamente, uma antiga chaminé que existia na região, quando a Amazônia ainda era um mar com algumas ilhas.

Como o Brasil apresenta outras formações semelhantes a Carajás, os aprofundamentos de pesquisas podem determinar depósitos de outros


10 Comentários para “Mais Informações Sobre Metais Raros no Japão”

  1. Juliana Gomes
    1  escreveu às 16:49 em 16 de maio de 2011:

    Querido Yokota:

    Por favor, mantenha os seus leitores informados sobre esta importante descoberta. O senhor sabe em quantos bilhões de dólares as 900.000 toneladas de metais raros estão estimadas?

    Juliana Gomes

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 20:07 em 16 de maio de 2011:

    Cara Juliana Gomes,

    Os japoneses ainda estão nos seus estágios preliminares, como nós estamos no pré-sal. Muitas pesquisas adicionais terão que ser efetuadas, pois ainda que o potencial seja promissor, é preciso verificar se o teor é razoavelmente uniforme e deve haver também problemas de sua qualidade. Não temos ainda informações mais precisas que só poderão ser fornecidos, ainda de forma genérica, quando os relatórios forem apresentados.

    Paulo Yokota

  3. Jose Comessu
    3  escreveu às 09:22 em 17 de maio de 2011:

    oxido de lantanio custa aprox 140 dolares por kilo, ja foi mais barato antes da restricao chinesa (40/kg)
    portanto 900mil ton valem aprox 126 bilhoes de dolares.
    O problema eh o custo para extrair sem contaminar o meio ambiente.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 09:46 em 17 de maio de 2011:

    Caro Jose Comessu,

    Obrigado pela informação. Realmente, ainda existem muitos trabalhos a serem executados, até se chegar a um ponto de exploração econômica, sem riscos para o meio ambiente.

    Paulo Yokota

  5. Jose Comessu
    5  escreveu às 11:39 em 17 de maio de 2011:

    mas se for antimonio, o preço é mais barato, cerca de 3 dolares por libra, mas ai nao compensa a exploracao, eu acho que é lantanio no texto do Asahi.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 11:57 em 17 de maio de 2011:

    Caro Jose Comessu,

    Obrigado pela observação. Estas informações jornalísticas ainda são gerais. É preciso aguardar os estudos técnicos, pois usualmente, pelo que conheço, diversos minerais são encontrados nestas reservas, exigindo-se tecnologias avançadas para a sua devida separação, em termos econômicos, como no caso de alguns reservas localizadas no Brasil e na América do Sul. A Jamstec deve dispor de mais dados, mas não sei se ainda são confidenciais. E os anuncios que serão feitos nas próximas reuniões devem proporcionar informações mais completas.

    Paulo Yokota

  7. Alyson do Rosário Junior
    7  escreveu às 11:23 em 9 de julho de 2011:

    Estas terras raras de que tanto se fala ultimamente e foram descobertas também no oceano Pacífico, seriam os “antigos” nódulos polimetálicos, concentrados minerais em forma de grânulos(do tamanho de pepitas até bolas de futebol) que já foram mapeados no passado em todos os oceanos e aguardando investimentos na sua prospecção, ou trata-se de duas coisas diferentes? Obrigado!

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 22:08 em 9 de julho de 2011:

    Caro Alyson do Rosário Junior,

    Pelo que eu saiba, terras raras são minérios que se encontram junto com outros em percentuais mínimos, havendo uma grande variedade delas, com características diferentes. Não costumam aparecer na forma de pepitas ou blocos como a que V. se refere. Existe uma ampla bibliografia sobre o assunto que é muito técnico, e costumam exigir tecnologias sofisticadas para a sua separação, pois muitos são altamente tóxicos.

    Paulo Yokota

  9. Alyson do Rosário Junior
    9  escreveu às 07:27 em 10 de julho de 2011:

    Prof. Paulo, o sr. tem razão, fiz uma rápida pesquisa e constatei que as áreas de ocorrência e a escala das reservas não coincidem. Faz muito tempo que lí sobre o assunto dos nódulos e deduzi tratar-se do mesmo fenômeno geológico. Aí vão 2 links sobre nódulos polimetálicos e terras raras, para quem porventura leia este artigo.
    http://pt.scribd.com/doc/32774556/Nodulos-polimetalicos

    Terras raras
    http://pubs.usgs.gov/fs/2002/fs087-02/fs087-02.pdf

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 09:03 em 10 de julho de 2011:

    Caro Alyson do Rosário Junior,

    Obrigado pelos comentários e as contribuições.

    Paulo Yokota


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