Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Papel de Henry Kissinger no Relacionamento com a China

17 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: ,

O jornal The New York Times, com um artigo do Max Frankel, ex-editor executivo do The Times que cobriu a visita de Nixon-Kissinger à China em 1972, informa sobre o seu livro “On China”, de autoria de Henry Kissinger, 88, que acaba de ser publicado pela editora The Penguin Press. Ninguém pode perder este livro.

Henry Kissinger, alemão naturalizado norte-americano, viajou mais de 50 vezes para a China, e influenciou sete líderes de cada lado, dos Estados Unidos onde começou como assessor de segurança nacional e foi um importante secretário de Estado, e daquele país asiático. O autor do artigo atribui a ele uma parte importante do atual entendimento entre os dois países, fato importante para o mundo. Sempre teve uma visão dos conceitos estratégicos, mesmo nos momentos mais críticos do relacionamento bilateral.

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Ambos os países estavam exaustos dos problemas, com o Vietnã e com os russos para os norte-americanos, e a China com os problemas da Revolução Cultural. Ambos se livraram, um de Mao Zedong e outro da União Soviética com o seu colapso. Hoje, são gigantes econômicos mutuamente dependentes. Kissinger tinha uma visão da antiga história da China e seu caráter nacional, celebrou o pragmatismo dos sucessores de Mao.

Ele tinha confiança que os Estados Unidos eram capazes de sustentar uma firme política externa, nada do “perpétuo psicodrama da transição democrática” dos norte-americanos que atraem as contrariedades do exterior. Muitas mudanças se processaram com seus muitos dirigentes e com os diversos problemas que ocorreram.

Mesmo com as mais agudas manifestações públicas, sempre se procurou manter os entendimentos mínimos necessários. Ainda que os direitos humanos sejam considerados relevantes em todo o mundo, há um realismo norte-americano para construir uma política operacional. Há uma prática do “realpolitik”.

Ele discute no final do livro o futuro das relações entre os dois países quando não existe um inimigo comum, e a manutenção da paz exige a confiança e a colaboração das duas maiores potências mundiais. Com a presença norte-americana no Pacífico, exigir a democracia na China como pré-requisito para um relacionamento confiável pode levar a uma espécie de guerra fria, arrastando as possibilidades de progresso em ambas as nações.

Kissinger acredita na criação de uma comunidade do Pacífico, algo como o que os norte-americanos conseguiram no Atlântico, estabelecendo uma tradição de consultas e respeito mútuo, ao lado das aspirações nacionais. Parece que é o que está se tentando com os recentes encontros dos altos dirigentes de ambos os países.



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