Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Queda nas Importações Chinesas e Repercussões

11 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Um forte lobby montado pelas instituições financeiras no Brasil, com grande penetração na mídia, continua propondo aumentos dos juros para cortar a demanda, quando as autoridades brasileiras já possuem informações sobre o arrefecimento no mercado das principais commodities no mercado internacional. Um artigo publicado no Financial Times de hoje, escrito pela Izabella Kaminska, mostra que a China que vinha puxando a demanda e os preços de muitos produtos no mercado internacional, já reduziu a importação de alguns, notadamente em quantidade no último mês de abril, que deve aliviar as pressões inflacionárias até no Brasil.

Considerando os volumes e valores das importações chinesas, de abril de 2011 com relação ao mesmo mês do ano anterior, observa-se que o cobre reduziu-se em cerca de 20% em volume, e cerca de 12% em valor. O alumínio também se aproximou de uma queda de volume próximo a 20%, ainda que em valor tenha crescido cerca de 5%. Na soja, que afeta o Brasil, como no minério de ferro, as quedas de volume foram em torno de 5%, mesmo que em valores os crescimentos tenham sido expressivos. Somente em petróleo as quantidades foram ligeiramente maiores, com valores crescendo cerca de 40%. O jornal utilizou dados da Thomson Reuters Datastream, uma das mais importantes fornecedoras de estatísticas deste tipo.

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Há um evidente desaquecimento, tanto nos mercados tradicionais como dos Estados Unidos, Europa e Japão, cujas economias não conseguem se recuperar na velocidade desejada. Os países emergentes como a China, a Índia e o Brasil também sofrem com as perspectivas menos brilhantes das economias importadoras de seus produtos, quer sejam matérias-primas ou produtos acabados.

Tendo um pouco de paciência, como as cautelas das autoridades brasileiras estão indicando, as pressões inflacionárias já passaram do seu pico, devendo se reduzir nos próximos meses. A entrada da nova safra, como as de etanol e da soja, também ajuda neste sentido, lamentando-se somente as indexações ainda existentes que não permitem uma queda mais acentuada e rápida.



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