Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Comportamento dos Turistas Internacionais Asiáticos e Brasileiros

17 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Muitos e variados fatores determinam o fluxo internacional de turistas e seus comportamentos quando no exterior. Atualmente, os chineses, que estão melhorando substancialmente de padrão de vida, contam com uma nova classe média e um quadro de novos ricos. Eles estão invadindo o mundo, havendo uma estimativa que só em 2010 gastaram mais de US$ 100 bilhões no exterior, primeiro nos países próximos como o Japão, depois nos seus vizinhos asiáticos, mas chegando pesadamente nos Estados Unidos e na Europa.

Diferem dos turistas japoneses quando do “milagre econômico” do seu país. Estes começaram com muitos funcionários masculinos das empresas japonesas, como de autoridades do país, que aproveitavam suas viagens para turismo coletivo, quase somente de homens, com guias e ônibus fretados, para um pacote determinado, principalmente diante das dificuldades de domínio da língua estrangeira. Somente mais tarde, as famílias começaram a viajar, depois os jovens, principalmente mulheres, antes do casamento, pois tinham empregos que lhes proporcionavam renda suficiente, mas na maioria em grupos organizados pelas agências de turismo. Eles diferem muito dos brasileiros, que estão aproveitando uma conjuntura positiva, e um câmbio favorável.

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Turistas chineses e brasileiros na Europa

Os novos turistas chineses estão viajando em grupos como todos os que começam a viajar para o exterior, normalmente para os países mais desenvolvidos. As empresas que trabalham com eles organizam caravanas atendidas em mandarim, tanto nos hotéis, restaurantes como nas lojas de departamento, onde preferem os produtos considerados melhores que os chineses. Quando em grupos costumam falar alto e nas compras muitos são arrogantes, esperando que os vendedores entendam mandarim, pois os que falam o idioma inglês ou outras línguas são poucos.

Este fenômeno é semelhante com o que ocorreu com os japoneses, mas estes costumavam ser menos barulhentos e mais discretos nas suas arrogâncias, mas existiram sempre os que são do meio rural ou regiões mais isoladas do Japão. Eles esperavam ser atendidos em japonês, e muitos estabelecimentos tinham que providenciar funcionários que entendiam esta língua, ainda que precariamente. Isto aconteceu muito em regiões mais próximas do Japão, como Hong Kong, Havaí, Alaska, Sudeste Asiático. Nas grandes cidades como Nova Iorque, Londres, Paris e outras capitais sempre andavam em grupo, com um guia agitando uma bandeira, pois os grupos eram numerosos e faziam filas em lojas como a da Louis Vuitton.

Os brasileiros sempre estiveram mais voltados para o exterior, e quando beneficiados pelo câmbio, chegavam a números crescentes, menos em grupos quando comparados com os asiáticos. Também falam alto, como se fossem os donos do mundo, com a arrogância dos que estão comprando, sempre a procura de produtos das marcas reconhecidas mundialmente, mas são massas insignificantes diante dos asiáticos, misturando-se mais com outros turistas estrangeiros de vários países.

Ainda que tenham aumentado recentemente, seus números são décimos dos asiáticos, principalmente chineses, com a redução significativa dos japoneses. Outros asiáticos também estão aumentando, mostrando que nos países emergentes, como a Índia, também existentem classes médias expressivas, ao lado da tradicional má distribuição da renda, com os privilegiados.

Este turismo internacional é hoje de grande importância, pois além dos seus gastos locais acabam promovendo não somente o fluxo da exportação, bem como exercendo um “efeito demonstração” para melhoria das instalações para receber turistas, como hotéis, restaurantes e lojas e serviços voltados para os seus atendimentos.

A esperança é que acabe se balanceando os fluxos de turismo, com um intercâmbio mais amplo, ajudando na elevação do nível de bem-estar e cultural dos diversos povos.



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