Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Consequências do Desastre do Trem Rápido na China

26 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

O jornal Financial Times publica um artigo de Isabel Gorst dando conta que o desastre ocorrido com o trem rápido na China já provoca reservas sobre a participação chinesa no projeto que liga Moscou a São Petersburgo, com incrível rapidez. Estas duas cidades ficam a uma distância de pouco mais de 630 quilômetros, e atualmente é ligada por uma ferrovia cuja viagem demanda cerca de 8 horas, mesmo utilizando trens alemães. Com o aumento do tráfego em decorrência do movimento, principalmente de turistas, a Rússia cogita de um projeto de trem rápido, onde os chineses teriam possibilidade dada a sua elevada capacidade de financiamento.

Mas já se levanta dúvidas, alegando questões sobre a tecnologia dos chineses que absorveram de outros fornecedores externos, sendo questionado pela japonesa Kawasaki Heavy. Entre outros possíveis concorrentes estão os alemães, franceses e os coreanos, reconhecendo-se que os chineses teriam melhores capacidades financeiras, mas parece que o desastre ocorrido é um dos motivos que levanta dúvidas.

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Segundo a notícia, a Russia Railways, uma estatal, cogita de uma concorrência que se estima entre 12 a 15 bilhões de euros, que seria o maior projeto de infraestrutura russa. Segundo Denis Muratov, chefe executivo russo, espera-se uma disputa acirrada de grupos estrangeiros. Mesmo reconhecendo a capacidade financeira dos chineses, há reservas para se entregar todo projeto a eles, mesmo que desejem o custo mais baixo.

Eles estão observando os planos chineses de estabelecerem a maior rede de trens rápidos, enquanto os russos possuem objetivos mais limitados, não pretendendo produzir estes trens internamente.

O trem russo teria o nome de Sapsan, que significa o falcão peregrino daquele país. Apesar do sucesso comercial do atual trem russo, que utiliza a tecnologia da Siemens alemã, ligando também Nizhny-Novgorod, a ferrovia está sobrecarregada com passageiros, inclusive que atende aos subúrbios.

Um trem rápido entre Moscou e São Petersburgo teria a possibilidade futura de fazer a ligação da China e da Rússia a outras cidades européias. A Rússia encomendou até agora oito Sapsans e pensa em outros oito ainda este ano, de forma muito mais modesta que os chineses. Ainda assim, os fornecedores não se preocupam com problemas de patentes com os russos, segundo o artigo.



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