Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Notícias da China Deste Fim de Semana

25 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Os chineses já vinham se preocupando com o seu sistema de trens rápidos que chegam a 10 mil quilômetros de extensão. Muitas das autoridades do setor ferroviário foram acusadas de corrupções e acabaram substituídas. E elas estão sendo contestadas por alguns fornecedores de apropriação de suas tecnologias e agora sofreram novos abalos com os desastres ocorridos em Wenzhou, que devem provocar novas demissões. Isto no momento que pretendem chegar a 16.000 quilômetros de trens rápidos, internamente, e competir em alguns projetos no exterior. O próprio jornal China Daily alerta que a segurança é fator fundamental para que haja passageiros.

Outro setor em que a China vem se empenhando com grande velocidade é na construção de navios de porte para atender as suas necessidades de logística. Os chineses estão produzindo navios de grande porte, como o SCL Mercury com 155.470 TDW (unidades em toneladas deadweight, usado na construção naval), para o transporte de contêineres.

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Acidente com trem rápido em Wenzhou / SCL Mercury no porto de Lianyungang. Foto: Xinhua

O jornal China Daily, que é oficial daquele país, chama a atenção que, além da construção de trens rápidos e suas linhas, há que se observar a sua segurança operacional, tomando as devidas precauções em todos os seus aspectos. Como o fornecimento de componentes, construções das linhas bem com treinamento adequado para a sua operação segura. De imediato, devem se concentrar nas atenções relacionadas com as vítimas do acidente, mortos e feridos.

Os japoneses vêm destacando as seguranças dos seus shinkansens, informando que são mínimos os acidentes observados ao longo de décadas de operações, com uma ponta de orgulho. No entanto, se os seus custos não baixarem, não se tornarão competitivos no mercado internacional, que vem apresentando possibilidades de construções adicionais e que contam com diversos concorrentes.

O fato concreto é que poucas linhas no mundo são rentáveis, e os sistemas que foram construídos dependem de subsídios que são concedidos pelos diversos governos, acabando por exigir recursos vultosos dos seus orçamentos. Para os projetos se tornarem competitivos, necessitam aproveitar todas as condições que cercam estas linhas, tanto pelo aproveitamento das estações como importantes pontos de venda, como dos imóveis que os cercam e que acabam valorizados.

No caso dos navios de grandes dimensões, os primeiros foram os destinados à exportação de minérios brasileiros para as siderúrgicas japonesas, no outro lado do mundo. Para estabelecer um sistema competitivo, tiveram que pensar nas cargas de retorno, que no caso era o petróleo do Golfo Pérsico, importado pelo Brasil. Chegaram aos navios chamados “ore/oil” com capacidade próxima a 400.000 TDW.

Os novos navios chineses, sendo destinados ao transporte de contêineres, podem ter como transporte de retornos os mesmos tipos de carga. Mas tudo isto acaba exigindo estudos cuidadosos, pois necessitam contar com portos com terminais compatíveis na outra ponta do sistema logístico, para terem a eficiência indispensável.

A lição que pode se colher é que tais intenções exigem cuidados especiais, não se necessitando somente de recursos e disposições, pois há um processo de amadurecimento simultâneo em diversos aspectos importantes nestes projetos.



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