Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Brasil Se Antecipa a Crise Mundial

5 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

A sempre bem informada Claudia Safatle publica na sua coluna de hoje do jornal Valor Econômico esclarecedoras informações sobre as medidas já tomadas pelo governo para enfrentar a enorme crise mundial que começa a se aprofundar. Ela entrevistou o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, competente profissional que ganha cada vez mais importância na formulação da política econômica brasileira. Quando o governo federal instituiu no último dia 27 de agosto a Medida Provisória 539 estabelecendo um IOF de 1% (mas que pode chegar até 25%) sobre as posições vendidas de câmbio, muitos analistas do setor financeiro entendiam que seria uma decisão inócua, mais agora já estão compreendendo que as autoridades brasileiras já estavam se antecipando à crise que se desencadeou nesta semana.

O plano Brasil Maior também visava instrumentalizar o governo e o país para se defender da crise que deverá afetar muitos países. Isto mostra que o atual governo Dilma Rousseff está valorizando os profissionais que estão nas posições chaves de sua máquina administrativa, que são competentes, ocupando espaços que eram influenciados por políticos que somente visavam os seus benefícios.

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A articulista Claudia Safatle e secretário executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa

A notícia informa que dirigentes da BM&F Bovespa, Febraban e Cetip, mesmo que não apreciem a interferência governamental nas áreas em que atuam, estão conversando com as autoridades sobre a aplicabilidade das medidas. Todos devem entender que os interesses da economia brasileira devem prevalecer aos setoriais nesta conjuntura externa adversa, fazendo com que o câmbio se mantenha num patamar que preserve as atividades produtivas e exportadoras.

As cotações já estão mostrando uma queda dos preços das principais commodities que são relevantes para o Brasil, fazendo ao mesmo tempo que as pressões inflacionárias tendam a diminuir. O Brasil não necessita de juros tão elevados como os que autoridades passadas mantiveram. O cenário externo está mudando profundamente, mostrando que o governo precisa induzir o setor privado de forma adequada.

O Brasil transformou-se num refúgio para muitos ativos que temem os riscos que se espalham pelo mundo, principalmente com a forte perda de valor do dólar norte-americano. Mas o influxo de recursos não pode ser exagerado, principalmente quando se torna danoso para as atividades produtivas do Brasil, principalmente no setor industrial, capaz de manter empregos com qualidade.

Os que ampliam atividades produtivas no país, transferindo novas tecnologias ou ajudando nas pesquisas e criação de novos conhecimentos, além de contribuir na ampliação de recursos humanos qualificados, serão bem-vindos.

O governo está mostrando que tem suas prioridades claras e que pretende atuar com a flexibilidade necessária, num mundo que está ficando cada vez mais conturbado.



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