Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Interdependências das Duas Maiores Economias do Mundo

18 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Muitas pessoas nos Estados Unidos atribuem à China parte substancial das dificuldades por que passam, pois muitas das importações de produtos chineses eliminam empregos norte-americanos, e são estimulados por um câmbio extremamente desvalorizado do yuan. Para mostrar que o desenvolvimento chinês é importante também para os Estados Unidos, como para o resto do mundo, o jornal China Daily publica um artigo do empresário norte-americano Handol Jones, que mantém suas atividades no Vale do Silício, na Califórnia.

Entre outras coisas, o artigo menciona que a continuidade de uma economia chinesa forte é de interesse dos Estados Unidos, ainda que não seja uma garantia para a sua recuperação. Ele menciona muitas das reclamações de desemprego dos norte-americanos, mas que isto estaria evitando o problema real dos Estados Unidos construírem a sua própria economia. As causas principais seriam o enfraquecimento do dólar norte-americano que reduziu a capacidade de compra no país, sendo natural que o yuan venha aumentando o seu valor com a evolução da economia chinesa, tornando seus produtos mais caros para os consumidores norte- americanos.

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A China, segundo o artigo, vem construindo uma grande economia e as agências governamentais estão tomando medidas para manter este crescimento. No inicio, trabalhavam com produtos de baixos custos e que exigiam poucas habilidades, mas hoje já produzem produtos mais sofisticados. Está se tornando o centro produtor de aparelhos de precisão, e sua estrutura vai demorar muitos anos para ser construída em outros países.

Muitos desenvolvimentos ocorrem mais rapidamente que nos Estados Unidos, que utilizam produtos chineses na sua infraestrutura. Muitas de suas indústrias se manterão competitivas nas próximas décadas em termos internacionais.

Os chineses utilizaram suas mãos-de-obra baratas e estão passando para produções mais complexas, que estão exigindo novas tecnologias. A China enfrenta desafios, como os que foram enfrentados pelos Estados Unidos no passado. Enfrentam problemas de inflação que necessitam ser combatidos.

Com a crise na Europa e nos Estados Unidos, a China terá redução nas suas exportações, e precisam aumentar o seu consumo interno. Suas necessidades de importação de matérias-primas precisam ser cobertas pelas suas exportações. No passado, a economia chinesa encontrava-se fechada, mas agora estão inseridas no mundo, e os Estados Unidos enfrentam a sua competição.

É muito fácil apontar erros na China, mas iesto seria um erro. Não seria inteligente ser contra os chineses, mas seria interessante reconstruir a economia norte-americana. Haveria possibilidade de competir com a China mudando a estratégia norte-americana. Seria importante tratar os chineses como parceiros do que como competidores. E o tempo para tanto é o grande inimigo, segundo o autor.

Parte das afirmativas deste empresário cabe também a outros países, e o Brasil vem agindo de forma pragmática com relação à China, aproveitando os seus consumos do ponto de vista comercial. Mas consciente que existe um trabalho de casa a ser efetuado.



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