Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Avaliações da Economia Mundial na Última Reunião do FMI

30 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Com a competência de sempre, a colunista do jornal Valor Econômico Claudia Safatle comenta um contato que teve com um observador que gere um fundo de hedge avaliado em US$ 45 bilhões em Nova Iorque. Ele informa que o Banco Central do Brasil e o Banco de Israel estão certos por terem antecipados as quedas dos seus juros internos diante do quadro complicado em que se encontra a economia mundial. A avaliação teria sido obtida na última reunião do FMI que se efetuou depois da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Como é do conhecimento de muitos, o Banco Central do Brasil, que baixou em 0,5% a taxa Selic na sua última reunião, diante da antecipação da magnitude das dificuldades que seriam enfrentadas pela economia mundial, sofreu duras críticas de muitos analistas do sistema bancário que temiam o recrudescimento da inflação. O presidente do Banco Central explicou depois que estava se preparando para uma forte desaceleração da economia mundial que reduziriam as pressões inflacionárias, como realmente aconteceu, mostrando que os profissionais ligados ao sistema bancário só observam o que aconteceu no passado, sem nenhuma capacidade de antecipar o que virá pela frente.

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Há fortes indícios que as pressões inflacionárias externas tendem a se reduzir nos próximos meses pelas cotações dos preços das principais commodities, como as dificuldades para ativação da economia nos Estados Unidos e na complicada Europa, principalmente, mas que se estendem por todo mundo. Elas influenciam até as economias emergentes como da China, da Índia e do Brasil, que dependem do comportamento de suas exportações.

Ainda que a inflação brasileira continue elevada, a estimativa do Banco Central é que ela se reduzirá nos próximos meses, fazendo com que em 2012 estejamos dentro das metas estabelecidas pelo governo. O problema atual não é mais a inflação, mas a manutenção de um crescimento razoável, ainda que mais baixo que no passado recente, diante das dificuldades que estão sendo enfrentadas por todos.

A presidente Dilma Rousseff e o seu ministro da Fazenda Guido Mantega têm colocado que o problema fundamental é o do emprego, e que a inflação tendem a cair no futuro, diante do desaquecimento mundial, o que está sendo verificado. Isto vem mostrando que a estratégia estabelecida pelo governo é mais consistente com o quadro real do que a dos analistas dos bancos.

Estes já admitem que o Banco Central do Brasil nas suas duas próximas reuniões tenda a reduzir a taxa Selic em mais 0,5% por tranche, visando estimular a economia que acusa um decréscimo de atividades já nos últimos meses, com perspectivas duras para este final do ano.

Procura-se compensar a queda das exportações com a ampliação do mercado interno, e a presidente chegou até a repetir o presidente Lula da Silva afirmando que é preciso consumir para manter o emprego. Ainda que haja algumas preocupações com a inflação, admite-se que o desaquecimento provocará um realismo, com a desaceleração também do ritmo de crescimento dos preços.

A atual queda da taxa de juros reserva para o futuro, se necessária, a sua elevação visando estimular o ingresso de recursos externos, que no momento é dispensável. O câmbio que se elevou está ajudando os exportadores e inibindo os gastos em moeda estrangeira, inclusive importações que concorrem com as produções internas.

Elevaram-se os impostos sobre carros importados e um conjunto de medidas está sendo tomadas para estimular a produção interna, de forma a manter o emprego que é hoje um objetivo importante.



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