Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Entrevistas Com Acadêmicos Norte-Americanos

3 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

O jornal Valor Econômico publica uma matéria elaborada de uma entrevista com a brazilianista Frances Hagapian, professora de Harvad, e outro com Kenneth Goldstein, um experiente economista do Conference Board, uma instituição sem fins lucrativos que divulga estudos, tratando da política norte-americana.

As matérias mostram que os acadêmicos procuram acompanhar a atual evolução tanto do Brasil como dos Estados Unidos que passam por uma crise que é mundial, deixando todos perplexos, ainda mais que o quadro possível de se esboçar é cheio de incertezas, mesmo tentando acompanhá-lo de forma interessada.

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Frances Hagopian e Kenneth Goldstein

Frances Hagopian procura enfatizar que o Brasil mudou muito nos últimos 25 anos, desde quando ela elaborou sua tese de doutoramento sobre o país, que foi transformado em um livro (Traditional Politcs and Regime Change in Brazil – 1996), usando a figura de quem saiu do coma de 20 anos, surpreendendo-se com o avanço político que se alcançou.

Ela, que tem uma bolsa de professora visitante de Harvard, na cadeira proporcionada por doação de Paulo Lemann para estudos do Brasil, admite a melhoria da distribuição de renda, da preservação do regime democrático com as sucessões no comando presidencial. Sua visão do exterior admite as críticas que são levantadas, sobre a ainda má distribuição de renda, os pobres resultados educacionais, o clima de insatisfação de alguns segmentos, mas conclui que é melhor do que se observa nos Estados Unidos, com o seu sistema de votos distritais que prendem os políticos com pequenos problemas, não permitindo grandes soluções nacionais.

Nas suas declarações, mesmo sendo brazilianista, nota-se um distanciamento natural aos acadêmicos sem um envolvimento com os problemas do cotidiano dos brasileiros.

Kenneth Goldstein observa que a atual crise provocou a necessidade de mudanças no comportamento dos norte-americanos que não podem mais viver do endividamento como ocorreu no seu sistema habitacional. Agora são obrigados a voltar a poupar, mesmo com dificuldades.

Ele admite que o crescimento econômico dos Estados Unidos vai continuar baixo por muito tempo, e vai depender dos investimentos. Não parece muito convencido que Barack Obama conseguirá ampliar os empregos, ele que continua sendo criticado pelas assistências dadas aos bancos, que já começam a provocar as primeiras manifestações políticas públicas como as que estão acontecendo em muitas partes do mundo.

Ele acredita que Barack Obama acabará sendo reeleito até por fala de adversários de expressão. O entrevistado não consegue dar um panorama mais animador, que é aspirado pelo resto do mundo, que continua dependendo de economias desenvolvidas como dos Estados Unidos, tendo uma visão mais clara dos grandes problemas de emprego, como foi colocado pela Dilma Rousseff.

Como sempre, os acadêmicos continuam sendo úteis para elaborar estudos que falam do que aconteceu, mas dificilmente conseguem formular propostas de política econômica que sejam utilizáveis para a melhoria do bem-estar da população.



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