Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Investimentos Estrangeiros no Exterior e na China

9 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

edwardtsehi-res-240x290Dr. Edward C. Tse tem um curriculum brilhante como BS e MS no MIT, PhD em Berkeley, é chairman do Greater China, Booz & Co, autor de um livro The China Strategy, transita por Beijing, Hong Kong e Xangai e concedeu uma entrevista para o China Daily. Ele chama a atenção das grandes empresas norte-americanas que ainda possuem muitas contribuições a dar para o desenvolvimento chinês, mas também alerta que as chinesas pouco conhecem do exterior para efetuar seus investimentos. Suas considerações que são necessariamente genéricas acabam soando como verdades universais. Podem ser aplicadas para o Brasil como para as empresas brasileiras que efetuam investimentos no exterior.

O que pode apresentar alguma diferenciação é que as empresas de países desenvolvidos tendem a ser um tanto arrogantes com os sucessos já obtidos, como se as suas experiência pudessem ser reproduzidas nos países emergentes, o que tem levado a alguns insucessos. Os dos países emergentes, regra geral, acabam adotando uma atitude mais humilde, procurando conhecidas organizações de consultorias como se estas pudessem resolver todas as suas insuficiências. Ambas podem obter bons resultados ou fracassos, dependendo da flexibilidade dos seus comandantes para se adaptar às mudanças que acabam ocorrendo na implementação dos seus projetos.

Por mais que se saiba que as economias nos países estrangeiros apresentam especificidades sempre difíceis de serem captadas, há dificuldades para os dirigentes das grandes empresas admitirem que suas experiências internacionais nem sempre são suficientes para superarem eventuais dificuldades locais.

Edward Tse constata que estas empresas que procuram fazer investimentos no exterior não nasceram do nada, mas são inovadoras e contaram com empreendedorismo, aproveitando os sistemas educacionais dos seus países. Apesar da discussão se a China vai se tornar a primeira economia do mundo, ele acha que isto é irrelevante, pois os Estados Unidos também vão continuar importantes.

O episódio do desastre ocorrido nos trens rápidos chineses mostra, segundo ele, que, apesar dos grandes investimentos feitos pela China nas últimas décadas, os chineses têm muito que aprender do exterior. Ele constata que Hong Kong tem uma contribuição britânica, que difere do resto do país, mas que todos estão aprendendo. A China não deve ser entendida somente como uma base para terceirização, mas precisa ser considerada como centro da estratégia global de qualquer empresa.

As empresas necessitam contar com bases para suas pesquisas e desenvolvimento, não bastando importar o que já foi desenvolvido em outros países. Mas admite que as empresas chinesas também sofrem com os choques culturais no exterior, mais forte que as empresas estrangeiras na China. Já cometeram alguns erros na Europa.

Agora, a China volta-se para a expansão do mercado interno, sendo que a inflação e a elevação dos custos dos recursos humanos não são relevantes no longo prazo. Para esta mudança estrutural vão necessitar de inovações.

Estas observações parecem universais, ocorrendo também em outros países emergentes como o Brasil, não somente com empresas de origem norte-americanas e europeias, mas também com as asiáticas como as japonesas, coreanas e chinesas. Algumas contam com maiores flexibilidades para adaptações, procurando introduzir inovações e não reproduzir somente o que vem sendo feito em outros países.



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