Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Assuntos que Estão por Trás da Decisão Sobre a Usiminas

28 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O jornal Valor Econômico publica hoje na sua manchete principal a solução que foi alcançada na disputa pela Usiminas, que começou com a pretensão hostil da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, comandada por Benjamin Steinbruch, de assumir o seu controle. No fundo, a CSN teria a vantagem de absorver a tecnologia que a Nippon Steel transferiu para a Usiminas, quando a CSN conta atualmente com uma menos sofisticada, concentrada em produtos básicos. A Usiminas tem capacidade de produzir aços como os utilizados pela indústria automobilística, que continua evoluindo para fazer face às concorrências das fibras de carbono e materiais plásticos utilizados nas indústrias automobilísticas, que procuram usar menos combustível com um peso mais leve.

A Techint tem o seu braço siderúrgico com a Ternium, que já tem uma joint venture com a Nippon Steel no México, estando acostumada com a cultura desta tradicional siderurgia japonesa nascida da fusão da Yawata e da Fuji, que continua tendo elevada importância no cenário empresarial do Japão. Com a fusão da Nippon Steel com a Sumitomo Metals, ela deve voltar a ser a segunda no mundo, atrás da AcelorMittal indiana, superando a Posco coreana, bem como a Bao Steel chinesa.

516ternium

Apesar de muitos analistas considerarem que o setor siderúrgico apresenta baixa rentabilidade, os empresários acostumados com os setores de base dão elevada importância ao desenvolvimento tecnológico, como o que está ocorrendo no setor. Cada nova planta industrial no mundo traz uma nova tecnologia, mais avançada para produtos sofisticados, como os seus custos tendem a reduzir-se, fazendo com que as que se mantêm conservadoras tenham desvantagens na concorrência.

A velocidade do desenvolvimento tecnológico surpreende os que pensam que os setores básicos se movem mais lentamente diante das constantes inovações que são introduzidas nas novas usinas. Para se concorrer neste mundo globalizado, existem economias de escala e dos centros de pesquisas que necessitam ser sustentados por muitas unidades espalhadas pelo mundo.

A concorrência está se acirrando, não somente com as que estão na ponta das dimensões como pesquisas, fazendo com que novas e gigantescas unidades venham se instalar nos países emergentes como a China e a Rússia, que dispõem de minérios e demais condições para produções efetivas. Os japoneses ainda estão entre os que dispõem de novas tecnologias que continuam utilizadas nas novas unidades que estão sendo implantadas, mesmo com a desaceleração recente do crescimento da economia mundial.

Todos temem a acirrada concorrência internacional que vai continuar a se observar quando as economias como a da China desaceleram o seu crescimento, ainda que tenham a possibilidade de utilizar a expansão do seu mercado interno. Acaba sendo uma luta de gigantes, onde as vantagens parecem estar do lado daqueles que conseguem inovar tecnologicamente.

Não se trata somente das cotações de suas ações nas bolsas, mas de uma disputa entre aqueles possuem a capacidade de ver mais longe, pensando num prazo mais longo. Certamente, o mercado brasileiro, dada a constelação dos recursos naturais disponíveis, bem com um mercado interno em expansão, pode se constituir numa base atraente para novos empreendimentos siderúrgicos, com grandes grupos mundiais estudando novos projetos de grandes dimensões no país.



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