Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cautela dos Pequenos Investidores com o Brasil

9 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O conceituado jornal econômico japonês Nikkei noticia hoje com destaque no seu site que os pequenos investidores japoneses, muitos conhecidos como Mrs. Watanabe, mal informados pelos intermediários financeiros, assustam-se com as variações cambiais, pois somente consideram seus retornos em yens. Os elevados juros pagos pelo Brasil, contrastando com o quase zero do Japão, levaram muitos pequenos investidores a aplicarem nos fundos que os investem especulativamente em mercados externos como o do Brasil, que também oferecem opções em real. Estes montantes, segundo o artigo, chegaram a um saldo de cerca de US$ 100 bilhões.

Informados agora que os juros estão baixando no Brasil pela ação do Banco Central, bem como houve variações cambiais que reduziram seus retornos em yens, provocaram alguns refluxos e ficaram mais cautelosos com relação ao Brasil. Eles chegaram, segundo a Nomura Securities, ao montante de quase US$ 200 bilhões nos chamados Investment Trust Funds, com cerca de 60% operando com o Brasil, depois dos problemas da Lehman Brothers.

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Segundo o artigo, estes investidores ficaram sensíveis às possibilidades de problemas de riscos em decorrência do que vem acontecendo na Europa. Acrescente-se a estimativa do Banco Central do Brasil que a economia local deve sofrer uma queda de crescimento econômico. Segundo a Nomura, estes fundos sofreram uma queda próxima a 15% em setembro último. Houve uma acomodação da queda decorrente do câmbio real-yen, mas os investidores estão preferindo riscos em yen.

As remunerações dos fundos aplicados no Brasil eram sensivelmente superiores aos da Austrália ou da África do Sul, mas as diferenças tendem a se reduzir, segundo o artigo. Os analistas entendem que o robusto crescimento dos consumidores, os investimentos em infraestrutrura, os projetos de mineração devem manter os juros relativamente altos no Brasil, mas o câmbio deixará de valorizar-se fortemente. Eles entendem que o câmbio está dependendo do influxo e refluxo de recursos financeiros do Brasil.

No balanço de todas as considerações, estes fundos não parecem proporcionar remunerações elevadas como as observadas no passado recente.

Do ponto de vista brasileiro, estes fundos apostavam numa tendência de valorização firme do real, que acabou flutuando, aumentando as incertezas. As remunerações que obtiveram no Brasil em termos de moedas estrangeiras como o dólar foram exageradas, sendo que em yen parte foi absorvida também pela sua valorização. De qualquer forma, a remuneração dos administradores dos fundos parece ter sido exagerada, e as informações fornecidas para os investidores não alertaram para a possibilidade das variações cambiais, tanto do yen como do real.



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