Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Esperanças no Acordo de Livre Comércio no Pacífico

15 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

O jornal econômico japonês Nikkei publicou um artigo informando sobre as esperanças do Japão, do Canadá e do México em avanços nas negociações de um esquema que permita um acordo de livre comércio na Bacia do Pacífico, com a participação dos Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália, além de alguns outros pequenos países do Sudeste Asiático. Abrangeriam 40% da economia global, rivalizariam com a China e os 12 países teriam uma zona de livre comércio superior à da Comunidade Europeia, que detém 26% da economia global, como o acordo do ASEAN mais o Japão, Coreia do Sul e China, que conta com 23% do mundo.

Seus líderes se reuniram em Honolulu, Havaí, neste fim de semana. Segundo o jornal, o Japão seria beneficiado, pois os 11 outros países devem crescer nos próximos cinco anos US$ 4,55 trilhões, aproximando-se dos US$ 4,79 trilhões da China. Este assunto não é pacífico, pois no Japão uma pesquisa indicou que o eleitorado está dividido, com quase a mesma proporção entre os que estão a favor da negociação e outros tanto contra, por achá-la prematura ou prejudicial, como para os agricultores que já sofrem com a falta de competitividade e as radiações a que ainda estão sujeitos.

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Líderes do TPP durante reunião de Honolulu no final de semana

É evidente que o atual governo japonês necessita tomar uma atitude ousada que tem o apoio do empresariado industrial, mas este esquema está liderado pelos Estados Unidos, que ainda não conseguiram um comando efetivo, estando Barack Obama correndo o risco de perder as próximas eleições, diante do fraco desempenho da economia americana. As diversas economias destes países apresentam características diferentes, e todos os acordos de livre comércio da zona do Pacífico contam com problemas similares, entre poderosas economias ao lado de outras modestas.

Não pretendem algo semelhante à Comunidade Europeia, pois todos aprenderam que uma única moeda introduz inflexibilidades como as atuais na zona do euro, criando complexos problemas para os menos competitivos, que acabam necessitando do decisivo suporte dos mais poderosos.

No Japão, existem os que entendem que problemas de sua reconstrução ou o equacionamento do acordo militar com os Estados Unidos, com a relocalização das tropas estacionadas em Okinawa possuem maior prioridade. A China foi até agora beneficiada pela transferência de atividades produtoras de todo o mundo para aquele país, e a Índia, a outra gigante asiática, também não participa destes entendimentos.

Evidentemente, no atual mundo globalizado, um acordo deste tipo geraria reações de outros países ou blocos, mas de outro lado, no momento, encontram-se em execução diversas medidas protecionistas que estão dificultando a expansão do comércio externo. Para o Brasil, acordos que envolvem o México, o Peru e o Chile, países das Américas Central e Sul, acabam nos afetando, exigindo a aceleração dos entendimentos como os em andamento entre o Mercosul e a Comunidade Europeia.

O fato concreto é que todos admitem a falência dos entendimentos mundiais como a Rodada de Doha que vinha sendo negociada no âmbito do Conselho Mundial de Comércio. Diante desta triste realidade, o Brasil mesmo estando preso ao Mercosul, necessita acelerar seus entendimentos onde eles são possíveis, fazendo uma comparação de suas vantagens e desvantagens, se desejar continuar utilizando o comércio exterior como uma de suas alavancas para promover o seu desenvolvimento.



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