Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Surpreendente Recuperação da JAL

18 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O jornal econômico japonês Nikkei anunciou que a JAL, que se encontra num processo de recuperação judicial, com o apoio decisivo de bancos oficiais como o DBJ – Development Bank of Japan e o JBIC – Japan Bank of International Cooperation, bem como bancos privados do Japão, antecipou o pagamento de um empréstimo de 185 bilhões de yens (cerca US$ 2,5 bilhões) que venceria em 2013, do montante total de 220 bilhões de yens. O pagamento do restante 35 bilhões de yens está previsto para a próxima primavera japonesa, que começa em março de 2012.

Esta surpreendente recuperação antecipada ao cronograma deve-se ao maciço corte de despesas efetuado, com a eliminação das rotas deficitárias bem como a sua reestruturação geral, prevendo-se que sua situação já estará recuperada totalmente até o outono japonês de 2012, segundo a notícia.

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A JAL conseguiu um recorde de ganhos estimados em 188,4 bilhões de yens nas suas operações até março de 2011, tendo reduzido os mesmos afetados pelos terremotos e tsunami. Os empréstimos do JBIC foram destinados às compras de novas aeronaves voltadas às rotas rentáveis.

Os bancos privados japoneses, como a Mizuho Corporate Bank e o Bank of Tokyo Mitsubishi UFG, estão sendo aguardados para darem os seus suportes após os pagamentos dos empréstimos contraídos para a sua recuperação.

Sabe-se que o lendário empresário Kazuo Inomori, que comandou a consolidação do Grupo Kyocera, foi o designado pelos credores para promover a recuperação da JAL, considerada um grande símbolo da presença internacional do Japão no mundo.

Muitos usuários tradicionais da JAL nas rotas como as que ligam a América do Sul como o Japão aspiram aos seus restabelecimentos, mas tudo deve ser considerado com cautela, pois é necessário que se considerem os custos das equipes de tripulantes que devem ser mantidas nas escalas intermediárias, bem como nas cidades destinos como São Paulo, que só se justificam com volumes expressivos de passageiros para muitos voos semanais.

É preciso observar, também, que novas empresas de transportes aéreos que contam com estruturas recentes e mais leves vieram explorando rotas que ligam a América do Sul com os principais centros da Ásia, não se restringindo somente ao Japão, mas destinos com elevados números de passageiros, como Xangai e Hong Kong, com escalas intermediárias em cidades que não eram as tradicionais dos Estados Unidos ou da Europa.

Mudanças sensíveis continuam ocorrendo no mercado das empresas de transporte aéreo, e as que contam com recursos humanos menos envelhecidos e estruturas administrativas leves acabam sendo competitivas, havendo muitas que eram tradicionais e gigantescas passando por momentos mais complicados.

Portanto, as decisões necessitam ser mais racionais, pois os suportes dos governos acabam sendo cada vez mais restritos, não sendo mais possível atuar somente com objetivos sentimentais ou patrióticos, ainda que estes também possam ajudar de algumas formas.



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