Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Empresas Japonesas de Fertilizantes no Mundo

20 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Apesar de o Japão ser um grande consumidor de produtos agropecuários, inclusive do Brasil, suas empresas não são fortes no fornecimento de insumos e até na comercialização destes produtos visando à exportação. Uma notícia no jornal econômico japonês Nikkei informa que a tradings do Japão estão ampliando seus negócios em fertilizantes, em outras regiões do mundo.

O Japão ajudou o Brasil no desenvolvimento dos cerrados, que antes eram usados extensivamente para a pecuária, principalmente. Hoje, eles foram transformados em áreas agrícolas de produção intensiva, principalmente de cereais como a soja. No entanto, estas produções, parcialmente destinadas aos consumidores japoneses, são comercializadas por empresas multinacionais de origem em outros países, inclusive nos insumos indispensáveis. Existem pequenas iniciativas japonesas nestas áreas, mas não chegam a ter a importância desejada.

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A notícia do Nikkei informa que os japoneses estão notando as oportunidades na África e na Ásia, com empresas das tradings como a Sojitzu, Sumitomo, Mitsui e Mitsubishi, além da Toyo Engineering. Qual seria a razão delas não estarem presentes num país de grande produção agrícola como o Brasil? Citam-se países como Angola, Brunei, Iraque, do Sudeste Asiático, mas não os das Américas.

Mencionam-se plantas que utilizam a amônia e a uréia, certamente para a produção de fertilizantes nitrogenados. Elas parecem estar sendo atraídas pela abundância de matérias-primas. As que utilizam fosfato e potássio não são mencionadas, sendo que as basicamente utilizadas na agricultura são conhecidas pela NPK, nitrogênio, potássio e fósforo.

O Brasil, como os solos africanos, apresenta insuficiências destes nutrientes, sendo que uma parte significativa é importada. As tradicionais empresas não japonesas que comercializam commodities agrícolas brasileiras costumam fornecer sementes e estes fertilizantes para os produtores rurais, a fim de garantir a futura compra da produção.

Os chineses estão adquirindo terras cultiváveis na África visando assegurar o abastecimento de alimentos e certamente necessitarão destes fertilizantes. Mas as dificuldades dos fornecedores japoneses devem ser semelhantes às que enfrentaram no Brasil, onde não conseguiram se tornar competitivos.

Uma parte das causas decorre das diferenças das técnicas agrícolas utilizadas no Japão e no Brasil. No Japão, as produções são intensivas e em pequena escala, enquanto no Brasil são extensivas, com a utilização de grandes equipamentos agrícolas. Os fertilizantes no Japão costumam ser sofisticados, destinados para cada planta e cada solo, enquanto no Brasil há uma generalização muito grande, efetuando-se somente a correção do solo com o uso de calcários.

Os recursos humanos que serão utilizados na África como no Sudeste Asiático devem ser os locais, dificilmente os provenientes do Japão. No Brasil, dispunha-se de muitos imigrantes japoneses e seus descendentes e mesmo assim as empresas japonesas de fertilizantes não conseguiram grandes avanços.

Certamente, estudos profundos devem ter sido feitos, aproveitando também as lições dos insucessos passados, havendo possibilidades que eles trabalhem associados com os que obtiveram resultados positivos.



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